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FRESAN instala mais de 200 escolas de campo no Sul de Angola

     Agricultura              
  • Cunene • Quarta, 26 Junho de 2024 | 21h18
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Escola de campo da localidade de Ehafo, Cunene
Escola de campo da localidade de Ehafo, Cunene
Pedro Manuel-ANGOP
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Presidente do Camões, I. P, Ana Fernandes
Presidente do Camões, I. P, Ana Fernandes
Fabiana Hitalukua -ANGOP

Ondjiva - Duzentas e 81 Escolas de Campo Agrárias (ECA) foram instaladas nas províncias do Cunene, da Huíla e do Namibe, no âmbito do Projecto de Fortalecimento de Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional (FRESAN), visando a mitigação da carência alimentar e nutricional às populações do Sul de Angola.

A informação foi prestada esta quarta-feira, no Cunene, pela presidente do Instituto Camões, Ana Fernandes, durante a 9ª reunião do Comité de Direcção do FRESAN, sublinhando que o mesmo obteve resultados positivos, com impactos concretos nas comunidades rurais em situação de vulnerabilidade.

Segundo a responsável, desde a sua implementação, em 2018, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), permitiu a criação de 281 ECA e a sua replicação em parceiras familiares, em que estão a ser disseminadas tecnologias agrícolas, com vista ao aumento da produtividade e da conservação de solos.

Ana Fernandes realçou que, nessas escolas, foram introduzidas novas culturas alimentares adequadas às carências alimentares nutricionais da população, fomentando a alimentação saudável em benefício de mais de 16 mil camponeses.

Na área da produção animal, disse que o FRESAN apoia a realização das campanhas de vacinação bovina nas três províncias, a sensibilização e a formação de 160 tratadores de gado, a construção de mangas de vacinação e o apoio às mais de 200 cooperativas.

Apontou ainda a sensibilização de 70 mil mulheres no quadro da tabela de composição de alimentos em temáticas de vigilância nutricional e segurança alimentar, a formação de 600 técnicos de saúde e o desenvolvimento e produção de matérias de sensibilização comunitária.

Relativamente à componente da água, disse que a acção melhorou o acesso a água para o consumo humano, animal e irrigação de campos agrícolas, com a construção de 380 pequenas infra-estruturas hidráulicas, beneficiando mais de 150 mil pessoas.

Ressaltou ainda o apoio às estações experimentais agrícolas do Namibe e da Humpata com a instalação de campo de ensaios nos Institutos de Investigação Agronómica, multiplicação de sementes mais adaptadas ao desenvolvimento do Banco Genético Regional do Semi-arido  de Angola.

Salientou ainda o aumento da capacidade de produção alimentar para os animais em período de estiagem prolongadas, particularmente nas rotas de transumância, contribuindo para a melhoria da nutrição do efectivo animal dos criadores do Sul de Angola, em parceria com o Instituto de Investigação Veterinária na Estação Zootécnica de Cacanda, município da Bibala, província do Namibe.

Segundo a presidente, o programa espelha o compromisso da cooperação portuguesa para com o direito a uma alimentação adequada, focando-se nas comunidades do Sul de Angola que enfrentam situação de maior vulnerabilidade à insegurança alimentar nutricional.

Embaixadora da União Europeia

Por seu turno, a embaixadora da União Europeia (UE) em Angola, Rosário Pais, enalteceu a importância da reunião, como um espaço de cooperação entre o Governo de Angola, a UE e os diversos parceiros para o desenvolvimento sustentável das comunidades mais vulneráveis.

Durante o encontro, salientou que será feita a preparação da conclusão de um processo que termina, em 2025, a fim de assegurar uma transição suave de responsabilidades do programa para o Governo e garantir a sua sustentabilidade.

“Temos, até Setembro de 2025, para completar a implementação do programa e o último ano é crucial que promovamos uma transição progressiva, garantido que as estruturas locais estejam bem preparadas para assumir plenamente as suas responsabilidades no sentido de consolidar os ganhos alcançados e garantimos que as intervenções deixem um legado positivo”, sustentou.

A diplomata europeia disse que, neste período, pretendem reforçar a resiliência e produção agrícola familiar sustentável no contexto das alterações climáticas, o  acesso à água pela população rural  vulnerável, assim como a melhoria dos mecanismos de informação e coordenação em matéria de segurança alimentar  nutricional.

A responsável sublinhou ainda o Projecto de Apoio à Formação Agrícola e Rural (PAFAR ) que a UE apoia,  nas províncias da Huíla e do Namibe,  para a melhoria do ensino técnico agro-pecuário,  dando maior destaque à área de nutrição.

Acrescentou que o destaque inclui o sistema de informação e alerta rápido para a tomada de decisões em tempo útil nos diferentes níveis, desde os decisórios políticos aos agricultores no campo.

Rosário Pais salientou ainda que constitui um passo relevante para reforçar as capacidades nacionais de prevenção, gestão e respostas às crises climáticas a elaboração e validação da estratégia e plano nacional de gestão de risco e desastre.

Apontou a aprovação a mais alto nível da estratégia do Plano Nacional de Gestão de Risco e Desastre, incluindo alocação de recursos para de forma progressiva ser implementada, no país.

Outrossim, fundamentou a necessidade de se ver melhorada a incorporação de todas as vertentes, incluindo a componente animal centrada no trabalho com grupos e temáticas pastoris e aproveitamento da cadeia florestal.

Cunene ressalta parceria para redução da vulnerabilidade das comunidades

Já o vice-governador para o Sector Económico, Social e Politico do Cunene, Apolo Ndinoulenga, enalteceu a parceria das organizações da sociedade civil na materialização de projectos que visam a redução da vulnerabilidade nutricional e o acesso de água às comunidades locais.

De acordo com o vice-governador, o apoio do FRESAN permitiu a capacitação das populações agro-pastoris com técnicas compatíveis com o tipo de clima e solo da região Sul, assim como estão a conduzir as famílias a uma adaptação autónoma face às alterações climáticas e à seca, com consequências directas na insegurança alimentar e pobreza.

Entretanto, ressaltou que a reunião do Comité de Direcção vai permitir fazer uma análise da estratégia de transferência e manutenção dessas acções, nos planos municipais e provinciais, assim como a construção de planos integrados de segurança alimentar e nutricional das famílias.

Para a sua  efectivação, disse ser preciso melhor a coordenação e continuar a envolver todos os parceiros, uma vez que os projectos vão impactar positivamente na vida das populações rumo ao combate à vulnerabilidade, à fome e à pobreza.

Apolo Ndinoulenga reafirmou o compromisso do governo local de garantir que as acções empreendidas sejam sustentáveis e que produzam resultados douradores, assim como solicitou apoio para realização de um diagnóstico territorial de segurança alimentar sensível ao clima, nos municípios associados à rede.

A nível do Cunene, precisou que está em curso a criação de uma comissão instaladora do conselho de segurança alimentar e nutricional, no quadro da estratégia de segurança cuja acção será vital para o desenvolvimento.

Prevê-se, de igual modo, a articulação e a partilha de boas práticas, apoio mútuo, planeamento conjunto e economias de escala na implementação de acções para a promoção da segurança alimentar e nutricional num contexto de mudanças climáticas.

Participarsm no encontro os secretários de Estado para Agricultura e Pecuária, Castro Camarada; para a Área Hospitalar, Leonardo Inocêncio; e para o Planeamento, Luís Epalanga, bem como o vice-governador do Namibe Abel kapitango, e técnico de vários sectores.

Lançado em 2018, o FRESAN tem o valor global de 64 milhões de euros, financiados pela União Europeia, e dos quais  48,6 milhões sob gestão do Instituto Camões.

Com o prazo de execução até Setembro de 2025, o projecto está a intervir em quatro componentes temáticas ligadas à agricultura familiar sustentável, à melhoria da nutrição e acesso à água, ao reforço institucional e ao ensaio clínico/pesquisa sobre desnutrição crónica.FI/LHE/IZ





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