Benguela - Trinta agricultores, académicos e membros da sociedade civil benguelense participam desde hoje, segunda-feira, no terceiro ciclo de formação sobre inovação em extensão, boas práticas e custos de produção na agricultura sustentável, soube a Angop.
Promovida pelo Fundo das Nações Unidas para Alimentação (FAO) em parceria com o Ministério da Economia e Planeamento, a acção formativa visa o fortalecimento dos sistemas agroalimentares, cadeias de valor e o processo de inovação no sector.
Segundo Judith Mestre, facilitadora da FAO, ao longo de quatro dias serão abordados também temas relacionados com o agronegócio no âmbito do Prodesi (Programa de Apoio à produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações).
A formadora disse que a acção constitui continuidade dos ciclos anteriores, nomeadamente o I e o II, que se realizaram em Benguela nos meses de Abril e finais de Julho/principios de Agosto, devendo o IV ciclo decorrer, provavelmente, no mês de Outubro próximo.
O incremento das culturas de milho, hortaliças e da criação de gado, constituem prioridades para o FAO em Angola.
Afirmou que, durante o primeiro e o segundo ciclo, foram retratadas temáticas sobre os modelos de negócios agrícolas, cujas discussões permitiram verificar que o pequeno agricultor tem encontrado dificuldades em calcular e controlar os seus custos de produção.
Por essa razão, indicou, achou-se melhor, neste III ciclo, incluir a temática da extensão rural, dada a importância daquela figura no controlo dos custos, apesar de se tratar de agricultura familiar, já que o que se pretende é que seja sustentável e traga proveito para o agricultor.
“Para além dos conselhos, o que se está a abordar é uma nova forma de extensão rural. Um extensionista voltado para o desenvolvimento, aquele que saia das ciências agrárias e siga também para os aspectos educacionais, económicos e contabilísticos, aquele que tenha um pacote recheado para poder ajudar o pequeno agricultor familiar”, revelou.
Sobre quantos extensionistas seriam necessários para atender uma cooperativa ou associação de cooperativas, Judith Mestre disse não existir um número taxativo cientificamente, mas a ideia seria que estes estivessem sempre ao serviço dos agricultores familiares.
“Isso não depende unicamente da FAO. Nós ajudamos a desenvolver, essencialmente, um diálogo estratégico sobre aquilo que a sociedade civil, os académicos e os agricultores pretendem levar ao governo, e cabe a este decidir em última instância“, disse a formadora do Fundo da ONU para Alimentação.
Participam deste terceiro ciclo formativo 30 formandos provenientes dos municípios de Benguela, Baía Farta e do Lobito.
Segundo Judith Mestre, os demais municípios, por interesse da FAO, poderão beneficiar de formação similar nos próximos tempos.