Icolo e Bengo - Três mil e 150 camponeses do Icolo e Bengo perderam as suas plantações, nos meses de Novembro e Dezembro de 2023, devido às inundações causadas pelas chuvas, informou esta quarta-feira, o director do gabinete municipal da Agricultura, Salomão Kaumba.
As fazendas e lavras mais afectadas estão localizadas nas zonas da Cabala, Bom Jesus e Sacrifício, estando neste momento a direcção a cadastrar os sinistrados, para apoiá-los a minimizar as perdas.
O Icolo e Bengo produz quantidades consideráveis de tubérculos, cereais e hortícolas, bem como frutas como banana, limão, manga, mamão e laranja.
Durante os meses de Setembro e Outubro de 2023, vários camponeses reclamaram o surgimento de uma praga denominada Atuta, que devasta todas as culturas. Por esta razão, estão em curso acções para desinfestar as culturas atingidas, em colaboração com o Instituto de Investigação Agronómica e a Direcção Provincial da Agricultura.
De acordo com o director, quer as enchentes, quer a praga, contribuem para uma redução significativa da produção agrícola para a safra 2023/2024, em quantidades não especificadas.
Domingas Arnaldo António, da cooperativa Tenda Dia Chico, em Cassoneca, com 1000 hectares e mais de 300 associados, clama por mais apoios em sementes para fazer face as perdas provocadas pelas inundações, que devastaram bananeiras, tomate, repolho, canas e beringelas.
Recentemente, a administração municipal ofereceu insumos e sementes agrícolas a 152 cooperativas agropecuárias, para minorar as carências dos camponeses.
Uma das principais preocupações dos camponeses prende-se também com a dificuldade de obtenção do título de concessão de terra, indispensável para a obtenção do crédito bancário.
A esse respeito, a administradora municipal, Isabel Nicolau dos Santos, garantiu em facilitar o processo, para se elevar o número de camponses legalizados, actualmente fixado em 52 agricultores.
De acordo com Abreu Seco, presidente de uma cooperativa possuidora de 300 hectares, na localidade de Cambebeia, com 275 membros, a principal preocupação prende-se com a dificuldade de retirar o capim que impede o crescimento saudável do milheiro.
"Temos muita terra cultivada e por isso precisamos de financiamento bancário para pagar a mão-de-obra para limpar os campos. Solicitamos os bancos e estes, apesar de já termos o título de concessão de terras, exigem estudos de viabilidade que é muito caro para nós", disse.
Para Lourenço Neto, da cooperativa Agro Anduri, na localidade de Cassoneca, 126 membros e 2 mil 500 hectares, precisam de mais dois tractores para aumentar ao único que possuem e assim poderem produzir a totalidade do espaço.
O agricultor apela ao governo para a subvenção da gasolina e a melhoria das vias que ligam as fazendas à via principal.
Carlos Quiocamba, da cooperativa Nema, em Caculo Cahango, com 1.331 hectares e 460 associados, apela ao governo a providenciar meios de transporte em épocas de safra para facilitar o escoamento dos produtos para os mercados do 30 e Catim Tom. AJQ