Ondjiva – Os agricultores dos municípios do Curoca, Cahama e Ombadja, província do Cunene, beneficiaram, recentemente, de mil e 340 litros de pesticidas e 60 caixas de insecticidas, para combater a lagarta do cartucho Acanthoplus Discoidalis (vulgo matrirididi) e gafanhotos rastejantes.
A iniciativa do gabinete da Agricultura, Pecuária e Pesca do Cunene, também visa o controlo antecipado dos insectos e evitar a praga nas culturas.
Em declarações à ANGOP, o director desse gabinete, Carlos Ndanyengondunge, realçou que os referidos municípios dispõem de brigadas para o combate às pragas que têm assolado os diversos produtos dos agricultores.
Esclareceu que, actualmente, a província do Cunene está isenta da praga, apesar do registo algumas incidências de insectos no Curoca, Cuvelai, Cahama e Ombadja.
O também engenheiro agrónomo clarificou que é considerada praga quando existe uma população elevada de insectos, com danos económicos elevados, assim como grandes superfícies de campos agrícolas afectados. Acrescentou que a multiplicação destes insectos é acentuada quando existe um interregno das chuvas, pois as altas temperaturas permitem que eles se desenvolvam.
Por isso, o especialista apelou aos camponeses a se manterem calmos, uma vez que os gafanhotos rastejantes provocam danos de baixa intensidade, por se alimentarem das primeiras folhas na fase vegetativa.
Alertou também maiores cuidados na aquisição de plantas, assim como na importação de sementes agrícolas que devem merecer certificação laboratorial, no sentido de detectar se estão em condições sanitárias.
Carlos Ndanyengondunge recordou que essa localidade é considerada endémica às pragas, sobretudo os municípios da Cahama e Ombadja, que debate-se, desde os anos 90, com problemas do matrirididi, facto que requer o redobrar das normas preventivas.
No ano agrícola 2023/2024, dez mil 420 campos agrícolas foram afectados pela praga da lagarta militar e a Acanthoplus Discoidalis, sendo 7 200 no Curoca, três mil e 70 em Ombadja e 150 na Cahama.
Na presente campanha estão envolvidas 151 mil e 286 camponeses, destas 75 mil e 643 famílias terão assistência directa, com previsão de colher 271 mil e 369 toneladas de produtos diversos.
Para tal, estão em preparação 302 mil e 572 hectares de terra aráveis, destes 226 mil e 929 serão por tracção animal, correspondendo a 75 por cento da área de produção.
Para o êxito da mesma, o Governo disponibilizou 845 toneladas de sementes, sendo 350 toneladas de massango, 250 de massambala, 100 de soja, 70 de milho, 55 de feijão e 20 toneladas de batata rena. Foram ainda disponibilizadas 300 toneladas de fertilizantes, sendo 200 de composto e 100 toneladas de ureia. FI/LHE/QCB