Cuito - As cooperativas agrícolas e operadores de comércio e distribuição no Bié congratulam-se com o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi), para a melhoria da qualidade de vida da população.
A opinião foi expressa pelos responsáveis das cooperativas e operadores, durante um encontro que visou analisar as actividades desenvolvidas em 2021, realizado hoje, na cidade do Cuito (Bié), pelo Gabinete para o Desenvolvimento Económico Integrado.
O presidente da cooperativa Seteca Lda, Domingos Afonso, enalteceu o empenho do Governo, que através do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) continua a financiar projectos que contribuem no combate à fome e à pobreza no seio das populações.
Localizada na aldeia do Ngolo, na comuna de Cachingue, município do Chitembo, a cooperativa teve um financiamento de oito milhões e 879 mil kwanzas, que serviu para o pagamento das máquinas que desbravaram 49 hectares de terra, para o cultivo do milho, feijão e outros.
Permitiu ainda a compra de sementes, fertilizantes, construção de um armazém para conservação de produtos.
A cooperativa Seteca Lda controla mais de 200 associados.
O responsável apresentou como dificuldades, que inviabiliza o aumento de mais hectares de terras aráveis, a falta de tractores, os custos elevados dos inputs agrícolas, mau estada das vias de acesso entre as zonas de cultivos e a sede comunal de Cachingue (Chitembo).
Já o presidente da cooperativa Força Trabalho e Felicidade, do município do Andulo, Evaristo Cuponguia, informou que em Fevereiro de 2021 tiveram um financiamento no valor de 48 milhões 721 mil e 500 kwanzas,
O dinheiro recebido, através do BDA, facilitou a compra de uma viatura, aquisição de fertilizantes e sementes de milho, feijão e outras, bem como de pesticidas.
Permitiu ainda a compra de motobomba e seus acessórios, alfaias agrícolas, enxadas, catanas, limam, pás e outros.
De Fevereiro 2021 a presente data, foram desbravados mais de 100 hectares de terra.
A cooperativa prevê colher 200 toneladas de milho e 10 de feijão, neste ano.
Evaristo Cuponguia realçou igualmente como principais dificuldades a depreciação permanente da moeda (kwanza), que reduziu o poder de compra dos camponeses aos fertilizantes e outros meios de produção agrícola, assim como algumas vias de acesso em estado degradado.
Criada a 10 de Junho de 2016, a cooperativa tem 410 membros, dos quais 216 mulheres.
Já a representante da cooperativa Maria Madalena, do município do Andulo, Francisca Luacuty, com 50 associadas, diz que recebeu do BDA 14 milhões e 615 mil kwanzas.
Segundo ela, o valor, além da compra de fertilizantes, sementes e outros meios de produção agrícola, permitiu fabricar mais de 30 caixas de sabão.
Entretanto, lamentou os preços elevadíssimos da soda, produto indispensável para o fabrico do sabão, que no mercado local custa 50 mil kwanzas cada saco.
Esta cooperativa dedica-se na transformação dos produtos agrícolas, tais como a mandioca em farinha musseque, geleia da banana, conservação de feijão, quiabo e outros.
Enquanto isso, o director do Gabinete para o Desenvolvimento Económico Integrado no Bié, Israel Chissingue Elavoco, disse que o encontro com as cooperativas agrícolas e operadores de comércio e distribuição serviu para se informar das acções realizadas, fruto do financiamento do BDA.
Alertou para o aumento da produção local, salientando que reserva estratégica alimentar do Governo de Angola será reforçada, através do abastecimento de bens de produção nacional.
Para tal, prosseguiu, na província estão registadas no portal de divulgação da produção nacional (PPN) mais de três mil e 387 produtores.
A acção visa informar a localização dos produtores e suas respectivas actividades, quantidade em stock, de modo a determinar a capacidade de resposta.
Assegurou, no entanto, para ainda este ano, novos financiamentos no quadro do Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA).
De salientar que nesta região 424 projectos de pequenos empreendedores, com valores estimados de 100 mil até sete milhões de kwanazas, aguardam por financiamento do banco kixicrédito, no âmbito FACRA.
O FACRA, inserido no Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (PRODESI), é destinado a empreendedores que actuam no sector formal ou informal da economia.
No Bié, 18 empresas já receberam desembolso, no valor de 744 milhões 980 mil e 500 kwanzas.
Já gerou mil e 736 empregos directos, seis mil 222 indirectos.
No âmbito das medidas de alívio económico do impacto negativo da covid-19, o BDA no Bié já financiou um valor global de 642 milhões, 987 mil e 652 kwanzas.