Saurimo – O Conselho Provincial de Auscultação da Comunidade (CPAC) na Lunda-Sul recomendou, recentemente, um maior investimento na agricultura familiar, com vista à redução da carência alimentar.
A recomendação saiu da última reunião do Conselho, realizada na semana finda, no município de Saurimo, sob a presidência do governador da província da Lunda-Sul, Daniel Neto.
De acordo com o comunicado final do encontro, é necessário mais envolvimento do Governo na disponibilização de incentivos às cooperativas e às famílias camponesas, para aumentar a produção e reforçar a segurança alimentar.
A nota realça o facto de o país, e a Lunda-Sul em particular, possuir terras férteis e água em abundância.
A materialização de tal pretensão pressupõe a intensificação da supervisão permanente pelas administrações municipais e comunais, promovendo a intercomunicação da cadeia alimentar, que constitui uma reflexão sobre o que se pretende atingir no sector da agricultura, refere o comunicado.
Os membros do CPAC recomendaram, igualmente, que sejam implementadas políticas concretas destinadas a desincentivar as vendas em locais impróprios, no sentido de se promover a mudança de comportamento com a adopção de medidas positivas para se construir uma sociedade mais próspera.
Quanto ao surgimento e construção de armazéns nas principais zonas da cidade de Saurimo, o Conselho manifestou total preocupação, propondo aos órgãos de direito maior fiscalização para o seu encerramento, por estarem a descaracterizar a imagem da cidade capital da província.
Sugeriu a transferência dos armazéns para as zonas indicadas para o efeito, pelas autoridades administrativas, para o bem-estar das populações, que, por seu turno, devem preservar os equipamentos sociais colocados à sua disposição.
Relativamente à requalificação e melhoria do mercado do Candembe, o Conselho recomenda ao Governo a criação de políticas exequíveis junto dos parceiros para o reordenamento do espaço, com a instalação de placas de proibição de vendas em locais impróprios e a elaboração de um plano de segurança, tendo em conta as receitas arrecadadas.
Por outro lado, os membros do Conselho exortaram os munícipes da Lunda-Sul a aderir ao próximo censo populacional para permitir ao Executivo saber “quantos somos” e elaborar políticas inclusivas para o bem-estar das famílias.
Fazem parte do CPAC os administradores municipais e representantes de partidos políticos com assento parlamentar bem como membros do governo local, directores de órgãos de Comunicação Social, entidades religiosas e tradicionais.
Com mais de 90 participantes, o Conselho abordou assuntos ligados ao programa de combate à fome e à pobreza, com maior incidência na agricultura familiar e na proliferação e venda desordenada em locais impróprios das cidades.
Os participantes foram ainda informados do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2024, do processo de electrificação dos bairros Conduril e Luar e do andamento das obras da Estrada Nacional 240, no sentido Biula/Muconda. EM/QB/JW/IZ