Icolo e Bengo - Duzentos jovens do município do Icolo e Bengo beneficiaram hoje, quinta-feira, de um hectare cada, para a prática da agricultura, uma iniciativa do Conselho Nacional da Juventude (CNJ).
Os 200 hectares foram preparados na comuna da Quiminha, povoação do Sacrifício, onde o presidente do CNJ, Isaías Kalunga e o administrador municipal do Icolo e Bengo, Nelson Funete, entregaram os títulos de concessão de terras aos jovens, entre os quais músicos, no âmbito do Programa Juvenil de Apoio à Produção Interna (PROJAPROM).
De acordo com Isaías Kalunga espera-se que com essa iniciativa, cada beneficiário agregue mais cinco jovens, visando atingir, no mínimo, mil empregados directos e três mil indirectos.
O projecto é financiado pelo Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), em função do memorando de entendimento assinado, na ordem de kz um bilhão e 800 milhões, a nível nacional, cabendo para cada beneficiário, cerca de sete milhões, que serão destinados a aquisição de insumos e equipamentos agrícolas para mecanizar a actividade.
"Queremos que mais jovens possam ter o primeiro emprego a nível da agricultura e desconstruir a ideia segundo a qual, investir nesta área é coisa de pobres", disse.
Anunciou que em Julho do corrente ano começarão a construir, na província do Bengo, município do Dande, uma “Cidade Agropecuária da Juventude Angolana”, onde viverão cerca de 180 famílias, cada uma delas integrada em cooperativa que terá 10 hectares para produção.
Disse que a construção dessa cidade auto sustentável, concretamente na comuna do Kicabo, num espaço de 300 hectares, será um projecto piloto, perspectivando-se o surgimento de mais cidades em outras províncias do país.
Até ao momento, a nível nacional, o PROJAPROM já beneficiou mais de 700 jovens com financiamentos e terras para o cultivo, objectivando transforma-los em potenciais empreendedores no sector na agricultura, segundo Isaías Kalunga.
Apontou como exemplos recentes, as províncias do Namibe e Cuando Cubango, onde um total de 300 jovens, agraciados com terras para a produção agrícola e créditos, já estão na segunda safra de produtos variados.
Por sua vez, Nelson Funete, disse que a intenção é transformar o Icolo e Bengo no principal celeiro da produção agrícola da província de Luanda, fornecendo maior quantidade dos produtos comercializados no mercado do 30.
“O nosso próximo passo será a entrega de kits agrícolas e motos de três rodas para o escoamento dos produtos, no âmbito do Programa de Combate a Pobreza, para que a produção seja de qualidade”, disse.
Os principais produtos produzidos no Icolo e Bengo são a bata doce, o milho, a mandioca e mais recentemente a cebola e o arroz na localidade de Caculo Kahango.
Segundo o responsável do FADA, Renato Batista, desde o início da sua actividade creditícia, em 2021, já financiou cerca de 1300 mutuários, avaliados em kz nove mil milhões, dedicados especificamente ao desenvolvimento da agricultura familiar, a nível das 18 províncias. AJQ
