Benguela – Trinta hectares com culturas diversas são dados como perdidos na época agrícola 2023/2024, na comuna do Dombe Grande, devido às inundações causadas pelo transbordo do rio Coporolo, apurou hoje a ANGOP.
Entre as culturas que foram inundadas estão hortaliças, leguminosas e cereais, na sequência das fortes chuvas que continuam a cair no interior da província de Benguela, provocando a subida do caudal do rio Coporolo, na referida zona.
As chuvas também deixaram intransitáveis as vias de acesso às fazendas e aos campos agrícolas, interrompendo inclusive a circulação de viaturas e pessoas de e para a povoação do Luacho.
O director do Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas, José Gomes da Silva, estima perdas de 30 hectares de culturas diversas, tal como aconteceu na última época agrícola.
Por conta das inundações no Dombe Grande, defende a necessidade de obras de desassoreamento do leito do rio Coporolo e a construção de diques de protecção em ambas as margens.
Para José Gomes da Silva, a regularização do leito do Coporolo é “o único remédio” para resolver de uma vez por todas um problema que se arrasta há anos.
Luacho isolado
O administrador comunal, Edgar Baptista, conta que a povoação ribeirinha do Luacho, a 40 quilómetros da sede do Dombe Grande, voltou a ficar isolada por conta do transbordo do rio Coporolo.
Fez saber que as autoridades locais estão a acompanhar atentamente as preocupações da população, mas admite que, com a regularidade da chuva, a situação está a piorar a cada momento.
Para contornar essas dificuldades, revelou que alguns populares do Luacho estão a fazer a travessia do rio com canoas.
Deu conta de que a falta de uma ponte de acesso à comunidade do Luacho faz com que essa povoação fique isolada do resto da comuna, sempre que chove com intensidade.
“A travessia é feita no rio e, nesta altura, as chuvas interrompem a passagem terrestre para a zona do Luacho”, salientou, lembrando que a situação voltará à normalidade assim que o caudal baixar .
Agricultores apreensivos
Com as fazendas à beira do rio Coporolo inundadas, os agricultores afectados queixam-se de perdas de enormes quantidades de culturas, como tomate, cebola, milho e berinjela.
O agricultor Nelson Rodrigues reclama das dificuldades para chegar à sua propriedade na zona da Granja.
É que, segundo ele, o aumento do caudal do rio Coporolo continua a dificultar os agricultores de atingir as fazendas, para tentar salvar alguma coisa.
“Não estamos a conseguir entrar para as fazendas na Granja e no Luacho. A zona está toda alagada”, contou, lamentando que mais de 80 por cento das culturas estejam praticamente perdidas. JH/CRB