Lubango - Cento e 25 toneladas de semente de milho e de massango processadas pela empresa Jardins da Yoba, no Lubango e Chibia, província da Huíla, estão desde o início do mês em curso a ser distribuídas aos camponeses locais.
Até 2018 as sementes que suportavam a agricultura na Huíla eram importadas ou compradas noutras regiões do País, mas o cenário mudou desde que o grupo Jardins da Yoba foi certificado pela FAO e Ministério da Agricultura, como produtor de sementes, sendo que é a primeira vez o Governo da Huíla optou por adquirir na totalidade a quantidade a distribuir aos camponeses.
Trata-se de uma empresa local vocacionada no processamento desses gérmen nas mais diversas variedades, uma parceira que o sector da Agricultura considera estratégica para o fornecimento atempado de sementes para estimular a produção nacional.
As sementes são de grande, média e pequena dimensão, com realce para a do tipo Sahara com 80% da quantidade e 20% da Catarina, está última de origem brasileira, ambas com poder germinativo de 96 a 97 porcento, respectivamente.
Ao todo, para a presente campanha agrícola a Huíla já adquiriu localmente 170 toneladas de semente de milho e 25 de massango e tem disponíveis mil e 500 toneladas de fertilizantes compostos e 800 toneladas de fertilizantes simples (sulfato de amónio).
Em declarações hoje, segunda-feira, à ANGOP, à margem da visita do director do gabinete provincial da Agricultura, pecuária e pescas da Huíla, Pedro Conde, à fábrica de processamento de sementes Jardins da Yoba, fez saber que da quantidade adquirida, 60 já foram distribuídas.
Pedro Conde realçou ser de uma actividade de “extrema” importância a aquisição de sementes localmente, porque vai melhorar o rendimento da produção no seio das associações e cooperativas, pois esse é o terceiro ano consecutivo que o Ministério da Agricultura adquire à empresa, para a campanha agrícola.
Sublinhou que o plano de distribuição já foi traçado e na semana passada foram entregues 30 toneladas de sementes de milho, nos municípios da Chibia, Humpata e Cacula. Esta semana serão entregues nos restantes 11 municípios.
Pedro Conde considerou prematuro falar-se em perspectivas em termos de colheitas para a presente campanha agrícola, apesar de nos municípios do Leste da Huíla estar a chover com alguma regularidade.
Em contrapartida, explicou que estão também a sensibilizar as associações de camponeses a nível da província, no sentido de aproveitarem igualmente as zonas baixas para estimularem a produção de culturas e reduzir-se o impacto da insegurança alimentar e nutricional na Huíla.
Para a campanha agrícola 2021/22, que arranca oficialmente na primeira quinzena de Dezembro próximo, os agricultores da Huíla têm 600 mil hectares de terras preparados e vai envolver mais de 800 mil camponeses associados e de agricultura familiar, espalhados pelos 14 municípios da província.
Na época transacta, apesar da estiagem de quase três meses, foram colhidas 149 mil 565,7 toneladas de produtos alimentares, das quais 127 mil 782 de milho, dez mil 450 de massambala e 11 mil 333 de massango.
Foram ainda colhidas três mil 555 de feijão, 23 mil 524 de batata-doce, 22 mil 871 de batata-rena, 998 de mandioca, 24,95 de trigo, 177 de amendoim, 215 de cucurbitáceas, bem como cinco mil 494 de hortícolas e cinco mil 181 de fruteiras. A previsão global apontava para 500 mil tonelada.