Benguela – Um programa de Reforço da Resiliência dos Agricultores Familiares (SREP), financiado pelo FIDA (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola), no valor global de Usd 150 milhões, foi apresentado esta quinta-feira, em Benguela.
Com duração de seis anos, o programa, que contempla ainda as províncias do Cunene e Namibe, na região Sul, além de quatro outras outras na região Norte do país (Bengo, Cuanza Norte, Uíge e Zaire), é tido como o maior já realizado no país pelo ministério da Agricultura e Pescas, tanto do ponto de vista de financiamento, como de abrangência territorial.
Dos vários objectivos previstos, segundo a vice-governadora de Benguela para o sector Político e Social, Deolinda Valiangula, destaca-se a transformação sustentável e inclusiva da agricultura familiar, com finalidade de aumentar os rendimentos e melhorar a segurança alimentar e nutricional, visando a diversificação económica e a criação de empregos.
Prevê, igualmente, que possa contribuir no incremento da produção e da produtividade, através do acesso aos conhecimentos e tecnologias, aos meios de produção, de comercialização e meios financeiros.
A promoção das cadeias de valor agrícola e agronegócio, por meio de investimentos que estimulem as actividades económicas rurais e a criação de empregos para as pessoas mais pobres do meio rural, além do reforço da capacidade das instituições de pesquisa e extensão são, igualmente, outros dos objectivos que persegue o programa.
Em nota tornada pública, o IDA esclarece que, os seis anos de implementação dessa iniciativa visam permitir mudanças estruturais em áreas de conhecimento, atitudes e práticas de produção, conservação pós-colheita, comercialização, gestão de fundos de crédito rotativo, alfabetização, governança e prestação de serviço aos órgãos eleitos.
Entre os órgãos eleitos, acrescenta a nota proveniente do Instituto de Desenvolvimento Agrícola, destaque para as mulheres e os jovens, que devem assumir posições de destaque na liderança e gestão das actividades económicas agrícolas e não-agrícolas.
Em relação às metodologias de execução, acrescenta, as principais intervenções vão incluir o fortalecimento das associações e cooperativas de agricultores, o estabelecimento de escolas de campo de agricultores, investimento em infra estruturas (construção de casas para técnicos em alguns municípios) e o aumento da produção e da pecuária de pequeno porte.
A inclusão das quatro províncias do norte do país, segundo ainda a nota do IDA, amplia a presença do FIDA no país, criando um corredor de investimento agrícola, com oportunidade de ampliar as boas práticas agrícolas introduzidas por via de outros projectos financiados por organismos internacionais.
Enquanto isso, David Tunga, director-geral do IDA, que antecedeu a vice-governadora da província anfitriã, em representação do ministro da Agricultura, Pecuária e Pescas, informou que, actualmente, seis mil escolas de campo agrícola (ECA) estão espalhadas por algumas províncias do país e mais de 270 mestres de escolas de campo foram já formados.
Ainda assim, acrescentou, no quadro da Mosap (Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Comercialização), vão ser instituídas caixas de crédito comunitárias.
Na ocasião, apresentou o coordenador nacional dos projectos financiados pelo FIDA, Augusto Nguimbi, e João André, coordenador nacional do SREP, ao passo que Renaldo Chivutucua passa a responder pelo SREP na região Sul.