Ondjiva - O secretário de Estado para Agricultura e Pecuária, Castro Camarada, considerou esta quarta-feira a implementação da segurança alimentar como principal estratégia alcançada pelo Programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN).
Ao intervir no encontro Técnico de Direcção do FRESAN decorrido na província do Cunene, disse que a segurança alimentar é um elemento extremamente importante que está a ser desenvolvido pelo projecto, que poderá alimentar a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar.
Referiu que o Ministério está a trabalhar com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no sentido de detalhar o plano de implementação e orçamento desta estratégia.
Explicou que essa estratégia tem por objectivo promover um sistema alimentar sustentável, no país, capaz de erradicar a fome, preservando recursos naturais e a resiliência alimentar das famílias.
Castro Camarada admitiu que as províncias do Cunene, da Huíla e do Namibe podem constituir-se em fonte primária para a implementação dessa estratégia, devido à experiência em curso, levada a cabo por parceiros.
Entretanto, reconheceu FRESAN como um projecto que tem a sua complexidade, mas que tem estado a implementar uma abordagem, envolvendo muitos sectores, em que a agricultura está inclusa na vertente da pecuária e da produção agrária, com as componentes de semente e produção de forragens.
Precisou que o gado constitui o principal activo da região sul, onde os animais enfrentam situações difíceis da falta de pasto e água em período de seca, obrigando a deslocar-se em longos trajectos de transumância, reduzindo a qualidade produtiva dos mesmos.
Face à situação, salientou a necessidade de se implementar a produção de forragens, como uma inovação no maneio das manadas da região, pois que, por via desta tecnologia, os animais podem ter acesso ao pasto sem se deslocar.
Já o secretário de Estado para o Planeamento, Luís Epalanga, disse que o programa está alinhado ao Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023-2027), com o objectivo de contribuir para a redução da fome, da pobreza e da vulnerabilidade, assim como da insegurança alimentar e nutricional e das alterações climáticas no Sul do país.
Luís Epalanga considerou que o enfoque do programa é no fortalecimento da agricultura familiar sustentável e na melhoria nutricional da população, no acesso à água, com o objectivo de promover um sistema alimentar sustentável.
Faltando 18 meses da implementação do projecto, realçou a necessidade do redobrar dos esforços para manter as principais acções funcionais e sustentabilidade do programa, contribuir para a eliminação da pobreza, melhorar a nutrição, fortalecer a cadeias de valor e o aumento do consumo de alimentos produzidos a nível local e de forma sustentável.
Lançado em 2018, o FRESAN tem um valor global de 64 milhões de euros, financiados pela União Europeia, e dos quais 48,6 milhões sob gestão do Instituto Camões.
A iniciativa faz parte de um esforço conjunto da União Europeia, do Instituto Camões e o do Governo de Angola, para promover a sustentabilidade da agricultura familiar, da segurança alimentar e nutricional e, sobretudo, em comunidades.
O mesmo tem como o objectivo contribuir para a redução da fome, da pobreza e da vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional, através do fortalecimento sustentável da agricultura familiar, nas províncias do Cunene, da Huíla e do Namibe.FI/LHE/IZ