Lubango - O director da Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente, ADRA na Huíla, Namibe e Cunene, Simione Chiculo, apelou, no Lubango, ao governo huilano a apostar no reforço da capacidade produtiva dos agricultores e pecuaristas, nesse novo mandato.
Em declarações hoje, quinta-feira, à ANGOP, Simione Chiculo, justificou que a província da Huíla é essencialmente rural, mais de 50% da sua população está nas aldeias e perto de um terço do efectivo bovino do país encontra-se na região, pelo que os programas nessa vertente devem ser parte das prioridades nos próximos cinco anos.
O activista social e ambiental sublinhou que o reforço da capacidade produtiva passa pela intensificação dos programas de imunização do gado, por constituir a principal riqueza de boa parte da população da Huíla.
Outra acção, segundo a fonte, deve focar-se em programas de resiliência às mudanças climáticas, com acções que facilitem o acesso à água, tanto para o consumo humano, como para os animais, assim como a subvenção dos insumos agrícolas, para que os camponeses os adquiram a preços bonificados.
Destacou que a ADRA não defende a cedência de créditos com juros altos a camponeses pobres, mas pode-se apostar na criação de infra-estruturas que facilitem o regadio, como pequenos açudes, retenções de água e em algumas áreas onde o lençol freático é favorável, pode-se optar pela abertura de furos para facilitar a questão de regadios.
Referiu que em algumas comunidades para o acesso a água, o Governo pode também optar na construção de cisternas calçadão, a exemplo do que a ADRA está a fazer em alguns municípios da província.
"É necessário que haja uma abordagem diferente sobre o sector, numa altura que se avizinha mais uma época agrícola, na verdade nós temos que deixar de pensar numa agricultura que só depende das chuvas e que exige mais investimentos”, elucidou.
Detalhou que a maior parte da população angolana é jovem, a Huíla não foge à regra, pois uma boa parte dessa franja está agora a concentra-se no maior centro urbano, a cidade do Lubango, por não encontrar incentivo de produção nas aldeias.
A ADRA surgiu em 1990 e a partir da implementação dos primeiros projectos de terreno, começou a afirmar-se na sociedade como um projecto de cidadania, um mecanismo apartidário, independente e sem fins lucrativos.
O objectivo é reforçar a capacidades das comunidades rurais e dos indivíduos, para que eles próprios sejam capazes de responder às suas necessidades.