Cuiabá (Brasil) - A comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko, defendeu hoje na Chapada dos Guimarães (Brasil) a necessidade de Transformar os sistemas agrícolas para a residência sustentável e assegurar a segurança alimentar no continente..
Ao intervir na reunião ministerial do G-20 sobre agricultura, que decorre de 12 a 14 de Setembro, a diplomata considerou importante a promoção e adopção de práticas agroecológicas que priorizem a saúde do solo, a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, bem como de práticas sustentáveis de gestão da água, incluindo a recolha e conservação da água.
Sacko sublinhou que a União Africana identifica-se com o reconhecimento do papel essencial dos agricultores familiares, dos pequenos proprietários, dos povos indígenas e das comunidades locais na consecução de um desenvolvimento agrícola sustentável.
“Recomendamos para que a declaração reconheça os direitos dos povos indígenas às suas terras, territórios e recursos, e assegure a sua participação nos processos de tomada de decisões, bem como encoraje o desenvolvimento de sistemas alimentares locais, como forma de elevar o papel dos agricultores familiares e reforçar a segurança alimentar e a nutrição”, vincou.
A comissária da UA fez saber que a questão de promover a integração da pesca e da aquicultura sustentáveis nas cadeias de valor locais e globais podem “ jogar papel “ relevante na contribuição para a segurança alimentar, a nutrição e o desenvolvimento económico.
“Identificamo-nos com a adopção de práticas de gestão sustentável das pescas e encorajamos os membros do G-20 a apoiar o desenvolvimento da aquacultura, incluindo a formação, o desenvolvimento de infra-estruturas e o acesso ao mercado”, referiu.
Acrescentou que os membros do G-20 devem também apoiar o desenvolvimento de cadeias de valor para os produtos da pesca e da aquicultura, incluindo a transformação, a comercialização e a facilitação do comércio. Quanto ao reforço da contribuição do comércio internacional para a segurança alimentar e nutricional, Sacko disse que a organização africana apoia fortemente esta área, especialmente agora que o continente está actualmente a implementar a Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA), que tem um enorme potencial para aumentar o comércio intra-africano, a integração económica e o desenvolvimento agrícola.
Disse que apesar da peculiaridade da AfCFTA para a região africana, recomenda-se uma declaração que reconheça o papel fundamental desta zona na promoção do comércio intra-africano, da integração económica e do desenvolvimento agrícola que espera contar com o apoio do G-20 a esta iniciativa.
“A União Africana apoia a declaração Ministerial e apela a uma declaração mais inclusiva e reactiva que aborde alguns dos desafios e prioridades únicos dos países africanos.
Estamos empenhados em trabalhar com o G20 e outras partes interessadas para alcançar o desenvolvimento agrícola sustentável, a segurança alimentar e a prosperidade para todos”, reforçou.
Por outro lado, deu a conhecer que o Programa Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP) que é o plano para a transformação agrícola enquanto programa emblemático da Agenda 2063, foi recentemente validada a nova estratégia para o Continente, que vai vigorar de 2026 a 2035, uma vez que a declaração de Malabo expira no próximo ano.
Neste sentido, disse, espera-se que se aprove um conjunto de objectivos na próxima cimeira extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo africanos, prevista de 09 a 11 de Janeiro de 2025, em Kampala, Uganda. JM