Addis Ababa - O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, alertou da profusão de armas e a quase total ausência do seu controlo, o que “aumentou todas as formas violência em África”.
“A profusão de armas e a quase total ausência de controlo aumentaram todas as formas de violência, como conflitos inter-comunitários, extremismo violento, banditismo urbano e rural, caça ilegal em grande escala, tráfico de todos os tipos”, observou Faki Mahamat antes da 14ª cimeira extraordinária da UA sobre a iniciativa "Silenciar as Armas", realizada neste domingo por videoconferência.
“O barulho das armas perturbou o equilíbrio social harmonioso, pacífico e feliz que prevalecia nas sociedades africanas”, lamentou.
O chefe da Comissão da UA sublinhou que as armas causam consideráveis danos físicos, materiais e psicológicos às pessoas, no continente, e impedem qualquer progresso, qualquer desenvolvimento individual e colectivo.
Na reflexão e avaliação, prosseguiu, "devemos perceber que silenciar as armas só é possível se atacarmos sem fraqueza as raízes do seu uso".
"Estas causas, como todos sabem, são as deficiências do Estado na governação política e económica, que se traduzem concretamente em injustiça, exclusão, pobreza extrema, degradação do sistema educativo, até mesmo na falta de serviços sociais básicos, corrupção e ausência de diálogo ”, observou.
A deterioração das condições climáticas, a multiplicação das catástrofes naturais, a propagação de pandemias como a covid 19 agravaram o seu impacto negativo neste grupo enfraquecido, acrescentou o presidente da Comissão da UA.
Com o tema “Silenciar as armas: criar condições para o desenvolvimento de África”, a cimeira extraordinária da organização Pan-Africana reflectiu sobre os meios de pôr fim aos conflitos, no continente.
A cimeira abordou também a ameaça do terrorismo, do extremismo violento e da radicalização, além do separatismo exacerbado por armas ilícitas e fluxos financeiros e crime organizado e cibercrime.
