Oudalan - Sete soldados do Burkina Faso foram mortos, vários ficaram feridos ou estão "desaparecidos" após uma emboscada na quarta-feira no norte do Burkina Faso, em plena campanha para as eleições presidenciais, disseram hoje fontes de segurança à agência de notícias AFP.
Uma patrulha militar foi emboscada entre Tin Akoff e Beldiabé", localidades situadas na província de Oudalan, na fronteira com o Mali e o Níger, revelou hoje uma das fontes de segurança.
"A contagem provisória é de sete soldados mortos e vários feridos", estando "desaparecidos" outros militares, segundo esta fonte.
"Uma operação de busca está a decorrer para rastrear os atacantes e procurar os elementos que estão desparecidos", disse outra fonte de segurança, confirmando o ataque.
A última emboscada contra soldados no norte de Burkina Faso, a área do país mais afectada pelos ataques dos 'jihadistas', foi em 11 de Setembro. Nesta ocasião, quatro soldados foram mortos.
O país, que vive uma espiral de ataques 'jihadistas' há cinco anos, está a organizar as eleições presidenciais e legislativas para 22 de Novembro.
O Presidente do país, Roch Marc Christian Kaboré, candidato a um segundo mandato, lançou a sua campanha na semana passada prometendo trazer de volta a "paz".
Os seus opositores acusam-no de não ter conseguido lidar com as crescentes ameaças terroristas durante o seu primeiro mandato.
Devido à violência extremista que afecta grande parte do território, quase 1.500 aldeias (em cerca de 8.000) em 22 municípios (em cerca de 300) não participarão nas eleições.
Em Setembro, os deputados aprovaram uma lei que permite validar o resultado das eleições mesmo que não ocorram em todo o território.
As forças de segurança Burkinabe não conseguem conter a espiral de violência extremista, apesar da ajuda de tropas estrangeiras, especialmente da França, presentes no Sahel com 5.100 homens como parte da operação antiterrorista Barkhane.
A violência terrorista misturada com conflitos entre comunidades que atingem esta parte do Sahel matou um total de 4.000 pessoas no Mali, Níger e Burkina Faso em 2019, de acordo com as Nações Unidas.