PR cessante felicita opositor pela vitória nas presidenciais do Senegal

     África              
  • Luanda • Segunda, 25 Março de 2024 | 21h43

Dakar – O Presidente cessante do Senegal, Macky Sall, felicitou hoje o candidato presidencial da oposição, Bassirou Diomaye Faye, pela vitória na primeira volta das eleições presidenciais de domingo.

Macky Sall, impedido de se candidatar por imperativo constitucional após as vitórias, em 2012 e 2019, congratulou-se com "o bom desenrolar das eleições" e felicitou Bassirou Diomaye Faye, "que as tendências indicam ser o vencedor".

"Esta é uma vitória da democracia senegalesa", acrescentou, numa nota postada nas redes sociais.

As felicitações de Macky Sall foram divulgadas horas depois de o antigo primeiro-ministro e candidato do partido no poder, Amadou Ba, ter admitido a sua derrota para Faye.

"Tendo em conta a evolução dos resultados das eleições presidenciais e enquanto se aguarda a proclamação oficial, felicito (...) Bassirou Diomaye Diakhar Faye pela sua vitória na primeira volta", declarou Amadou Ba em comunicado.

O antigo primeiro-ministro, de 62 anos, representou nestas eleições a continuidade desejada pela coligação no poder, Benno Bokk Yaakaar ("Unidos pela Esperança", na língua wolof), e a Aliança para a República (APR), o partido de Sall.

As declarações de Ba e do Presidente cessante abrem o caminho para a Presidência a Faye, um inspector de impostos de 44 anos, até há pouco tempo desconhecido do grande público.

Enquanto se aguarda a publicação dos resultados oficiais provisórios pela Comissão Eleitoral Nacional Autónoma (CENA), as estimativas de voto apontam para uma vitória esmagadora do líder da oposição, que teria obtido mais de 50% dos votos necessários para evitar uma segunda volta.

Os resultados da Comissão Eleitoral Nacional Autónoma (CENA) devem ainda ser validados pelo Conselho Constitucional, a mais alta autoridade eleitoral do país.

Sete milhões de senegaleses estavam inscritos para votar domingo, para escolher o Presidente numa eleição que pode resultar numa mudança profunda nas relações externas do país, regionais e internacionais.

Entre os 16 homens e uma mulher inscritos no boletim de voto, os dois favoritos (Bassirou Diomaye Faye e Amadou Ba) foram escolhas pessoais de duas individualidades políticas excluídas do escrutínio, designadamente o Presidente Macky Sall, e o líder da oposição, Ousmane Sonko.

Bassirou Diomaye Faye foi a figura escolhida pelo Patriotas Africanos do Senegal para o Trabalho, Ética e Fraternidade (Pastef), para representar a oposição, perante a impossibilidade de Sonko se candidatar, perseguido pela justiça senegalesa, que o condenou por um crime sexual e por incitamento à insurreição, associação criminosa no âmbito de um projecto descrito como "terrorista e atentado à segurança do Estado".

A sua retórica soberanista e pan-africanista, assim como as declarações contra a "máfia do Estado", as multinacionais e o domínio económico e político, que considera ser exercido pela antiga potência colonial (França), granjearam-lhe um forte apoio entre os jovens, que constituem metade da população.

A votação estava inicialmente prevista para 25 de Fevereiro, mas um adiamento de última hora provocou distúrbios e várias semanas de confusão que puseram à prova as práticas democráticas do Senegal.

Com uma população de 18 milhões de habitantes, o Senegal é um dos países mais estáveis de uma África Ocidental abalada por golpes de Estado, que tem mantido fortes relações com o Ocidente.

O discurso da oposição na campanha para estas eleições presidenciais foi sentido como portador de algumas ameaças pelo estrangeiro, que está a seguir o processo com particular atenção.

A dupla Sonko/Faye prometeu, caso seja poder, renegociar os contratos de exploração mineira e de energia que farão do Senegal um produtor de petróleo e gás natural a partir do final do ano. MOY/JM



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