Kigali - O Rwanda anunciou hoje (segunda-feira) que vários civis ficaram feridos em consequência do disparo de morteiros por militares da vizinha República Democrática do Congo (RDCongo) e pediu uma "investigação urgente" sobre o incidente.
Os morteiros caíram no distrito de Musanze, na fronteira com a RDCongo, "ferindo vários civis e danificando casas", segundo um comunicado do Exército rwandês.
Os disparos ocorreram hoje de manhã e prolongaram-se durante 21 minutos, segundo o Exército, que não forneceu mais detalhes.
"A situação na área é normal e a segurança está garantida", disse o porta-voz do Exército rwandês, coronel Ronald Rwivanga.
Kigali disse que solicitou ao Mecanismo de Verificação Conjunta Alargado (MCVE, na sigla em francês), um órgão regional que monitora e investiga incidentes de segurança na região volátil dos Grandes Lagos, para iniciar uma investigação imediata.
"As autoridades ruandesas também contactaram os seus homólogos da RDCongo sobre este incidente", disse o coronel Rwivanga.
O Exército da RDCongo não reagiu imediatamente às acusações rwandesas.
Os dois países vizinhos têm relações tensas desde o genocídio no Rwanda em 1994.
Desde a chegada em massa à RDCongo de hutus ruandeses acusados ??de massacrar tutsis durante o genocídio, Kigali tem sido regularmente acusada por Kinshasa de incursões no seu território e de apoio a grupos armados no leste do país.
As relações tensas atenuaram-se com a chegada ao poder no início de 2019 do Presidente da RDCongo, Félix Tshisekedi, que se encontrou em várias ocasiões com o seu homólogo ruandês, Paul Kagame.
Mas o reinício de atividade armada do M23, um movimento rebelde ativo no leste da RDCongo, reacendeu as suspeitas, com o Rwanda a ser acusado de apoiar esse movimento armado, o que nega.