Luanda – A inauguração na Nigéria de uma das maiores refinarias de petróleo de África, que entrará em funcionamento em Julho deste ano, foi destaque do noticiário africano da ANGOP na semana que hoje, sábado, termina.
Com capacidade de processar 650 mil barris de petróleo por dia, a infra-estrutura, erguida numa área de 2.635 hectares na zona de comércio livre de Lekki, custou cerca de 19 mil milhões de dólares, mais do dobro dos nove mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros), anunciados quando o projecto foi lançado.
A construção da refinaria teve a parceria privada do grupo Dangote e inclui também uma fábrica de fertilizantes no valor de dois mil milhões de dólares, com uma capacidade de produção de três milhões de toneladas por ano.
Ainda na semana que hoje finda, o noticiário da ANGOP destacou o surto de cólera que se regista em Hammanskraal, a cerca de 50 quilómetros a norte da capital sul-africana, Pretória, que já provocou 15 mortes, entre pelo menos 95 pessoas que receberam tratamento médico para a doença.
Em conferência de imprensa no Hospital Jubilee de Hammanskraal, o vice-ministro da Água e Saneamento sul-africano, David Mahlobo, disse estar já em curso uma investigação laboratorial para se determinar a verdadeira origem da epidemia.
Outro assunto de realce foi o acordo de cessar-fogo de uma semana, a partir do dia 22 deste mês, entre representantes do exército sudanês e das forças paramilitares de apoio rápido (RSF) para facilitar a entrega e a distribuição de assistência humanitária, restabelecer os serviços essenciais e retirar as tropas dos hospitais e das estruturas públicas críticas.
Apesar do acordado pelas partes em Jeddah, com a mediação da Arábia Saudita e dos Estados Unidos da América, a capital do Sudão, Cartum, continua a ser cenário de guerra, com vários bombardeamentos e confrontos entre o Exército e a Força de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Desde o início dos combates, em 15 de Abril, mais de um milhão de pessoas foram deslocadas e mais de 840 mil procuraram abrigo em áreas rurais e outras localidades, enquanto 250 mil pessoas cruzaram as fronteiras sudanesas.
Nos últimos sete dias, o Governo norte-americano anunciou um novo pacote de ajuda humanitária de 245 milhões de dólares para o Sudão e países vizinhos - Tchad, Egipto, Sudão do Sul e República Centro-Africana -, para responder às novas necessidades decorrentes do conflito em curso.
O envio de uma missão de observação eleitoral de longa duração da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para acompanhar as legislativas na Guiné-Bissau, marcados para 04 de Junho, foi igualmente destacado no noticiário africano.
A missão da CEDEAO, que chegou ao país na semana passada, vai acompanhar as "principais etapas do processo eleitoral em curso" para as legislativas, bem como manter sessões de trabalho com vários intervenientes no processo eleitoral, nomeadamente a Comissão Nacional de Eleições, administração, organizações da sociedade civil, comunicação social, polícia nacional, bem como com candidatos e partidos políticos para promover o bom andamento de vários aspectos do processo.
Duas coligações e 20 partidos políticos iniciaram em 13 de Maio a campanha eleitoral para as sétimas eleições legislativas de 04 de Junho da Guiné-Bissau.
Nos últimos sete dias, a ANGOP destacou também a detenção, em Paarl, na África do Sul, do suspeito mais procurado do genocídio no Rwanda, em 1994, depois de décadas em fuga.
Trata-se de Fulgence Kayishema, que estava em fuga desde 2001, foi detido numa operação conjunta entre as autoridades sul-africanas e as do Rwanda.
Fulgence Kayishema é suspeito de orquestrar a morte de mais de 2 mil refugiados tutsis – mulheres, homens, crianças e idosos – na Igreja Católica de Nyange durante o genocídio.
Recorde-se que, cerca de 800 mil tutsis e hutus foram mortos, em 90 dias, em 1994, no Rwanda, neste que ficou conhecido como um dos maiores genocídios do mundo. JM