Luanda – A morte de pelo menos 85 pessoas depois de duas aldeias terem sido atacadas, na noite de segunda-feira, em confrontos recorrentes entre agricultores e pastores no centro da Nigéria foi destaque do noticiário africano da ANGOP, na semana que hoje, sábado, finda.
Tratou-se de "ataques de represália" entre agricultores e pastores, na sequência do "assassínio de um agricultor há 15 dias no seu campo" e depois do "assassínio de um pastor pelos familiares do agricultor.
As regiões noroeste e central da Nigéria são regularmente palco de conflitos e tensões sobre a utilização das terras e dos recursos hídricos entre comunidades agrícolas e de pastores.
Ainda no período em análise, o Tchad registou também pelo menos a morte de 11 aldeões por ladrões de gado no sul do país, palco de frequentes ataques mortíferos e conflitos sangrentos entre pastores e agricultores.
A tragédia ocorreu no mesmo dia em que as autoridades tchadianas anunciaram que o exército tinha levado a cabo uma operação sem precedentes na República Centro-Africana, em conjunto com soldados deste país vizinho, para perseguir, matar e capturar ladrões de gado que tinham massacrado 17 aldeões dez dias antes.
Quénia-Fronteira
O Quénia e a Somália anunciaram segunda-feira a reabertura gradual de três pontos fronteiriços entre os dois países nos próximos 90 dias, encerradas desde 2011 devido aos ataques do grupo extremista somali Al-Shebab.
A medida, segundo o ministro queniano do Interior, Kithure Kindiki, vai permitir fortalecer a cooperação transfronteiriça e os laços bilaterais entre o Quénia e a Somália, bem como enfrentar os desafios na promoção da integração regional.
O ataque mais grave do Al-Shebab em solo queniano ocorreu em Abril de 2015, quando 148 pessoas foram mortas no ataque à Universidade de Garissa.
Os dois países partilham uma fronteira de 682 quilómetros de extensão.
Sudão-Exército
O chefe do Exército sudanês, general Abdelfatá al Burhan, congelou as contas dos paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, inglês) e de todas as empresas pertencentes ao grupo nos bancos do país e suas filiais no exterior.
Ao longo da última década, as RSF acumularam fundos avultados através da aquisição gradual de instituições financeiras sudanesas e reservas de ouro.
Egipto-Acolhimento
Pelo menos 88.873 pessoas fugiram do Sudão para o Egipto, de 15 de Abril e 13 de Maio, através dos postos fronteiriços, desde o início dos combates no Sudão entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR).
Segundo a ACNUR, do número de pessoas deslocadas 83.758 são sudaneses e os restantes 5.115 são de outras nacionalidades.
A ONU estima que o número de sudaneses deslocados para os países vizinhos atingiu os 200 mil, a grande maioria mulheres e crianças.
No período em análise mais de 600 pessoas perderam a vida, 190 das quais eram crianças, e mais de cinco mil ficaram feridas, enquanto os confrontos causaram a deslocação interna de 700 mil sudaneses.
Missão de Paz
Uma missão de paz integrada por seis dirigentes africanos vai partir "o mais rapidamente possível" para a Ucrânia e a Rússia para tentar "encontrar uma solução pacífica para o conflito entre os dois países.
Integrará a missão além do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, os homólogos do Senegal, Congo, Uganda, Egipto e da Zâmbia.
ONU-Ajuda humanitária
As Nações Unidas estimam que são necessários mais de três mil milhões de dólares (mais de 2,7 mil milhões de euros) para ajuda humanitária ao Sudão, assim como para os refugiados, devido à situação do país.
Para a ajuda de emergência, as Nações Unidas dizem necessitar 2,6 milhões de dólares (USD 100 equivale Kz 13441.1), enquanto para apoiar os que abandonaram o país por causa dos combates que eclodiram em Abril, a organização aponta para a necessidade de 407,4 milhões de dólares.
São Tomé e Principe-Presidência
São Tomé e Príncipe assumiu a presidência do Comité Consultivo Permanente das Nações Unidas para Segurança na África Central (UNSAC), com o primeiro-ministro do arquipélago a pedir determinação a favor da paz e estabilidade na região.
É a terceira vez que São Tomé e Príncipe assume a presidência da organização, sucedendo agora à República do Congo.
A passagem da presidência decorreu durante a 55.ª reunião ministerial da UNSAC que decorre na capital são-tomense sob o tema "segurança climática na perspectiva da prevenção de conflitos e consolidação da paz e estabilidade na África Central". JM