Luanda - O Estado de emergência declarado pelas autoridades do Zimbabwe, em Harare, devido a um surto de cólera, com milhares de casos suspeitos e dezenas de mortos, constituiu, dentre outros, o assunto destacado no noticiário africano durante a semana que hoje finda.
Numa declaração feita presidente da Câmara de Harare, Ian Makoni, a situação foi atribuída à "falta de abastecimento de água adequada na cidade", segundo a imprensa local.
"Muita gente recorreu a poços contaminados. O que estamos a ver foi o que aconteceu em 2008, durante o surto de cólera que fechou a cidade e o país. (Agora) o surto de cólera regressou com força total", destacou.
Um outro assunto que mereceu destaque foram as declarações da comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko, que considerou a falta de investimento adequado por parte dos Estados-membros como o principal factor estrangulador do desenvolvimento da agricultura em África.
A diplomata falava na abertura da 5.ª sessão ordinária do Comité Técnico Especializado (CTE), sobre agricultura, desenvolvimento rural, água ambiente, que realizou-se na capital etíope, Addis Abeba.
Segundo uma nota de imprensa transmitida à ANGOP, Josefa Sacko reconheceu que, apesar dos tempos difíceis que afectaram o sector agrícola, foi possível alcançar muitos resultados em conjunto no que respeita às recomendações anteriores.
Entretanto, a Comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko, foi distinguida com o “Prémio de Saneamento de África”, pela condução da estratégia contintental, durante a reunião do Conselho Ministerial Africano sobre a Água, que decorreu em Nairobi, capital do Quénia.
De acordo com a diplomata, este prémio tem um significado particular por representar e demonstrar que o trabalho em conjunto é um factor importante para o sucesso
Ainda nos últimos sete dias, o Ministério da Agricultura russo anunciou o envio gratuito de 50.000 toneladas de cereais para a Somália e o Burkina Faso, concretizando uma promessa feita pelo Presidente Vladimir Putin durante a cimeira Rússia-África, em Julho.
"Os dois primeiros navios, cada um com 25.000 toneladas, já deixaram os portos russos com destino à Somália e ao Burkina Faso", anunciou Dmitry Patrushev, o titular daquela pasta do Governo russo, num fórum de exposições em Moscovo.
E na região do Corno de África, pelo menos 130 pessoas já morreram na Etiópia, no Quénia e na Somália, devido às inundações causadas por chuvas torrenciais, segundo dados oficiais e das agências de ajuda humanitária.
A organização Save the Children já tinha anunciado que pelo menos 16 crianças morreram e 700.000 foram deslocadas devido às inundações causadas nas últimas semanas por chuvas torrenciais no Corno de África.
O número de vítimas mortais está a aumentar, devido a inundações com uma dimensão que, segundo os registos disponíveis, ocorrem apenas uma vez a cada 100 anos naquela região. CS