Luanda – A reunião dos ministros das Finanças de África, em formato virtual, para angariar 30 mil milhões de dólares adicionais para a implementação de projectos no sector das águas e saneamento, no âmbito do cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, constituiu, dentre outros, o assunto de destaque do noticiário africano durante a semana que hoje finda.
Os mais de 40 ministros participantes da reunião estimam que o valor a angariar é inferior aos 170 mil milhões de dólares - quase 5% do PIB - que a África Subsariana perde todos os anos, devido a recursos hídricos inadequados, água contaminada e falta de saneamento.
Até meados deste século, o custo económico dos impactos climáticos relacionados com a água nos países africano poderá atingir 50 mil milhões de dólares por ano.
Um outro assunto noticiado foi o anúncio da ONU sobre um recorde de 6,9 milhões de pessoas que foram forçadas a abandonar as suas casas na República Democrática do Congo (RDC), em virtude da violência e dos conflitos.
"Com o conflito em curso e a escalada da violência, a RDC enfrenta um dos maiores deslocamentos internos e crises humanitárias do mundo", afirmou a agência das Nações Unidas Organização Internacional para as Migrações (OIM), num comunicado de imprensa.
Ainda nos últimos sete dias, o subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários e coordenador da Ajuda de Emergência, Martin Griffiths, disse em, Jeddah, na Arábia Saudita, que a ONU já ajudou 3,6 milhões de pessoas no Sudão, mas este número representa apenas 20% das pessoas que precisam de ajuda.
"A comunidade humanitária tem feito o seu melhor para atender às necessidades cada vez maiores, desde meados de Abril, chegámos a 3,6 milhões de pessoas com alguma forma de ajuda, mas isto é apenas 20% do número de pessoas que esperamos conseguir ajudar", disse Martin Griffiths num comunicado divulgado na abertura das negociações de paz para o Sudão, que decorrem em Jeddah, na Arábia Saudita.
A semana ficou igualmente marcada pela confirmação, por parte das autoridades do Níger, em Niamei, de que houve uma tentativa de fuga do presidente Mohamed Bazoum, deposto por um golpe de Estado e sequestrado, apesar de os seus advogados terem negado essa versão do novo governo.
O procurador-geral junto do Tribunal de Recurso de Niamei, Salissou Chaibou, confirmou a tentativa de fuga, rejeitando a tese dos advogados do ex-presidente de que tudo não passa de uma encenação política.
E no Quénia, o Chefe de Estado, William Ruto, recebeu em Nairobi os reis do Reino Unido, Carlos III e Camila, que iniciaram uma visita oficial de quatro dias à ex-colónia britânica, onde muitos exigem um pedido de desculpas de Londres pelas queixas históricas.
Pouco depois de chegar, Carlos III plantou uma árvore nos jardins do complexo presidencial, na presença de William Ruto, e os dois dirigentes conversaram durante alguns minutos antes de entrarem no edifício principal da Casa do Estado para realizar uma reunião à porta fechada.
Mereceram também destaque no noticiário africano da ANGOP as declarações do presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, segundo as quais o maior partido da oposição não desiste da "reposição da verdade eleitoral", aconselhando as instituições internacionais a avaliarem o nível democrático antes de atribuírem apoios.
A posição de Ossufo Momade foi transmitida no balanço de reuniões realizadas com o embaixador da União Europeia acreditado em Moçambique, Antonino Maggiore, e com a equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI), liderada por Pablo Lopes Murphy.
Esteve em reuniões de avaliação regular em Maputo, com o líder da Renamo a garantir que foi analisado "o actual momento político", após as sextas eleições autárquicas, realizadas em 11 de Outubro, fortemente contestadas.
Por outro lado, na Guiné Bissau, a estrela da música senegalesa Youssou Ndour foi recebida pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo, a quem informou da sua parceria com uma empresa da área do ambiente para desenvolver projectos, na Guiné-Bissau.
Youssou Ndour, o mais conhecido cantor do Senegal e que já foi candidato à Presidência do país, foi recebido por Sissoco Embalo no quadro de uma visita que a empresa Carbon Capture Ltd efectua à Guiné-Bissau.
O cantor é o embaixador da empresa baseada em Singapura, mas que pretende agora desenvolver actividades na Guiné-Bissau.CS