Luanda – A situação política em Moçambique, onde existem confrontos entre a população e as forças da ordem (polícias e militares), constituiu, dentre outros, o assunto de destaque no noticiário africano da Agência Angola Press ANGOP, durante a semana que hoje finda.
Em Moçambique, um pouco por todo o país têm sido registadas manifestações, maioritariamente violentas, de contestação dos resultados das eleições, após convocação de paralisações pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que reclama vitória.
Após os protestos nas ruas que paralisaram o país, Mondlane convocou várias fezes a população para uma paralisação geral desde 31 de Outubro, com protestos nacionais que têm degenerado em violência e intervenção da polícia, e uma manifestação concentrada em Maputo.
Ainda em Moçambique, o Conselho Constitucional (CC) deu um prazo de 72 horas à Comissão Nacional de Eleições (CNE) para esclarecer discrepâncias do número de votantes nas três eleições ocorridas em 9 de Outubro.
"Notifique-se a Comissão Nacional de Eleições, na pessoa do seu presidente, para esclarecer a este órgão as razões de existência de discrepância do número de votantes entre as três eleições (presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais) ", lê-se num despacho do CC, emitido na terça-feira.
Segundo o CC, as discrepâncias constam do processo, enviado pela própria CNE àquele órgão, da acta de apuramento geral dos resultados das eleições gerais.
A CNE anunciou, em 24 de Outubro, a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República de 09 de Outubro, com 70,67% dos votos, em que o partido reforçou a maioria parlamentar, passando de 184 para 195 deputados (em 250), e elegeu todos os 10 governadores provinciais do país.
Também durante os últimos sete dias, o presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, em nome dos países que compõem aquele círculo, felicitou Donald Trump pela vitória nas eleições presidenciais norte-americanas, que aconteceram na terça-feira, sublinhando que espera um "relacionamento construtivo" de África com os Estados Unidos.
"As nossas felicitações a Donald Trump, Presidente eleito, e a JD Vance, vice-Presidente eleito, dos Estados Unidos da América após a sua vitória eleitoral", disse Mahamat na rede social X.
Segundo o político, a Comissão da União Africana espera trabalhar em conjunto para alcançar uma relação construtiva entre os Estados Unidos e África baseada no respeito mútuo, nos interesses globais partilhados e nos valores da cooperação internacional.
Um outro assunto destacado no noticiário africano da ANGOP foi o anúncio da Organização Não-Governamental Save the Children segundo o qual na Nigéria estima-se que mais um milhão de crianças vai sofrer de desnutrição aguda até Abril de 2025, totalizando assim cerca de 5,4 milhões de menores nesta situação.
Os dados, citados pela Organização Não-Governamental (ONG), são do 'Cadre Harmonisé' - a principal fonte regional sobre a gravidade das crises de fome no Sahel e na África Ocidental - e mostraram que 5,4 milhões de crianças estão agora em risco de sofrer de desnutrição aguda até Abril próximo, um aumento de 25% em comparação com os 4,4 de Abril deste ano, contextualizou.
A fome aumentou acentuadamente na Nigéria nos últimos anos, passando de cerca de 7% da população analisada pelas Nações Unidas em 2020 para 15% actualmente.
Mereceu igualmente destaque as declarações do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, informando sobre o adiamento das eleições no seu país, pelo facto de “não existirem condições para a realização das mesmas".
Depois de o Governo guineense ter passado para o Presidente a decisão de confirmar ou não a realização das eleições, Umaro Sissoco Embaló prometeu que vai publicar um decreto, para oficializar o adiamento, que diz ter sido decidido em coordenação com o Executivo, resultante do atraso de todos.MOY/CS