Luanda – O alerta da OMS sobre a possibilidade da morte, este ano, de 10 mil crianças no Sudão devido ao conflito, bem como o anúncio da prontidão dos hospitais egípcios para acudir as vítimas da guerra em Israel, constituíram, dentre outros, os assuntos destacados no noticiário africano na semana que hoje finda.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra, pediu também "acção urgente" para ajudar os 7,1 milhões de deslocados internos, considerado o maior número do mundo.
Segundo um comunicado conjunto da OMS e UNICEF, que alertam para o elevado número de mortes infantis, "milhões de famílias foram apanhadas no meio dos combates, e mais de 5,8 milhões de pessoas, 2,5 milhões das quais são crianças, foram recentemente desalojados e estão em trânsito, com mais de 7,1 milhões de deslocados internos”.
No Egipto, o Governo ordenou que hospitais de várias províncias do país sejam colocados em alerta para "qualquer emergência médica" que possa ocorrer em relação à crise humanitária na Faixa de Gaza.
O porta-voz do Ministério da Saúde egípcio, Husam Abdelghafar, informou, num comunicado, que a ordem foi dada aos hospitais do Sinai do Norte (o mais próximo da passagem de fronteira de Rafah), Suez, Ismaília, Porto Said, Damietta, Sharkia, Cairo e Gizé, todos no noroeste do país árabe.
Um outro assunto que mereceu interesse nos últimos sete dias foi o facto do Tribunal Judicial do Distrito da Matola, sul de Moçambique, ter ordenado uma recontagem de votos em todas as mesas das assembleias de voto das eleições autárquicas na Matola, considerando provadas as irregularidades nas atas e editais do apuramento.
"A segunda secção do Tribunal Judicial do Distrito da Matola decide, enquanto tribunal eleitoral, em nome da República de Moçambique, e à luz dos princípios democráticos e da congruência, julgar procedente o presente recurso contencioso eleitoral e, por consequência, ordenar a recontagem de votos de todas as mesas das assembleias de voto das sextas eleições autárquicas da cidade da Matola", lê-se na sentença.
Por outro lado, a Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) exigiu a demissão do presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e de todo o elenco, porque houve "uma concertação prévia para viciar os resultados" das eleições autárquicas do dia 11 deste mês.
Mereceu igualmente atenção no noticiário africano da Angop o anuncio da União Europeia (UE) sobre a retomada do envio de ajuda humanitária ao Níger, com a saída esta semana do primeiro de quatro aviões que transportaram 58 toneladas de material médico e medicamentos essenciais, anunciou a Comissão Europeia.
Esta missão humanitária surgiu do apelo dos parceiros da UE no terreno, segundo o comissário responsável pela Gestão de Crises, Janez Lenarcic, e pelo facto dos produtos vitais estarem a esgotar-se rapidamente e o acesso ser extremamente limitado.
Ainda nos últimos sete dias, o presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, condenou o "bombardeamento israelita" contra um hospital na Faixa de Gaza, que terá provocado pelo menos 500 mortos.
“Não há palavras para expressar plenamente a nossa condenação ao bombardeamento israelita de um hospital em Gaza hoje (terça-feira), matando centenas de pessoas", disse Mahamat numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
Um outro assunto destacado foi o anúncio da missão de estabilização da ONU no Mali (Minusma) que começou a retirar-se de dois dos seus campos na região de Kidal, palco de uma escalada militar entre beligerantes pelo controlo do território.
"Num clima de grande tensão, a Minusma iniciou o processo de retirada dos seus campos na região de Kidal, começando por Tessalit e Aguelhok", declarou a missão em comunicado, acrescentando que poderá acelerar a retirada de um terceiro campo, o de Kidal.CS