Resenha Africana da Semana

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  • Luanda • Sábado, 29 Junho de 2024 | 08h59
Mapa de África
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Divulgação

Luanda – As manifestações anti-governamementais no Quénia contra o projecto de lei orçamental que continha aumentos e a aplicação de novos impostos, e que resultaram em 22 mortos, constituiu, dentre outros, o assunto de destaque do noticiário africano durante a semana que hoje finda.

Segundo a presidente do organismo oficial dos direitos humanos, a Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Quénia (KNHRC), Roseline Odede, a organização acompanhou as manifestações e registaram 22 mortes e que a sua organização, que é pública mas independente do Governo, tinha "aberto um inquérito".

Entretanto, o Presidente do Quénia, William Ruto, anunciou já a retirada do projecto de lei orçamental, depois dos fortes protestos com consequências mortais no país.

"Depois de ouvir atentamente o povo queniano, que disse alto e em bom som que não quer ter nada a ver com esta Lei das Finanças 2024, inclino a minha cabeça e não promulgarei a Lei das Finanças 2024, que será, portanto, retirada", disse William Ruto num discurso, após um dia de fortes protestos contra a lei.

Por sua vez,  o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou  profunda tristeza pelas mortes ocorridas durante protestos no Quénia que terminaram na invasão do Parlamento de Nairobi.

De igual modo,  a União Africana (UA) exprimiu "profunda preocupação" pela violência no Quénia, onde protestos contra impostos foram marcados por mortes e instou o país a "manter a calma e a abster-se de qualquer nova violência".

Um outro assunto que marcou o noticiário africano da Agência de Notícias ANGOP foram as declarações da comissária da União Africana, Josefa Sacko,  feitas em Bruxelas, segundo as quais para se alcançar uma segurança alimentar e nutricional global são necessários compromissos e investimentos para produzir alimentos mais nutritivos com menos água, assegurando assim, uma produção alimentar mais ecológica e sustentável.

Josefa Sacko, que interveio na 36ª sessão anual do fórum de “ Crans Montana”, subordinada ao tema: "Enfrentar múltiplas crises, o mundo em busca do seu futuro", disse que, é preciso grandes mudanças na política e na gestão, em toda a cadeia de produção agrícola para garantir a melhor utilização dos recursos hídricos disponíveis para satisfazer a procura crescente de alimentos e outros produtos agrícolas.

A diplomata angolana assegurou que, embora África tenha iniciado um vasto crescimento económico, não consegue aproveitar os seus recursos hídricos para promover um crescimento de alta qualidade de desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza.

Também durante os últimos sete dias o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, afirmou  que o país tem uma “determinação inabalável” para combater a insurgência armada que tem vindo a afectar, desde 2017, a província de Cabo Delgado, norte do país.

“Mesmo com a retirada da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em Moçambique, a ser concluída a 15 de Julho, a nossa determinação no combate ao terrorismo mantém-se inabalável”, afirmou Filipe Nyusi, dirigindo-se aos deputados do parlamento zambiano, no quadro da visita de trabalho àquele país vizinho de Moçambique.

Filipe Nyusi disse que Moçambique está consciente da “responsabilidade primária” de defender o território nacional e destacou avanços das forças governamentais que combatem os insurgentes em Cabo Delgado.

Fez igualmente parte dos destaques do noticiário africano da semana que hoje finda a rejeição da petição do partido uMkhonto weSizwe (MK), pela Comissão Eleitoral Independente da África do Sul (CEI),  para anular as eleições gerais realizadas no passado 29 de Maio, depois de não detectar quaisquer problemas de irregularidades.

A Comissão afirmou ainda que o MK não apresentou nenhuma tentativa credível e admissível para respaldar as suas acusações, e afirma que aparentemente o motivo da impugnação foi para “inflamar as paixões do público”.

Este partido alegou uma discrepância de votantes de pouco mais de nove milhões de votos que presumivelmente não foram registados, afirmando em consequência que as eleições de Maio de 2024 (ganhas pelo ANC) não foram livres e justas.

E no Sudão, o número de crianças sudanesas que enfrentam uma grave escassez de alimentos quase duplicou em seis meses e 75% delas sofre diariamente a falta de alimentos, com a guerra a agravar esta situação, informou hoje a Save the Children.

De acordo com os novos dados da Parceria para a Classificação Integrada das Fases de Segurança Alimentar (IPC) - a principal autoridade internacional em matéria de gravidade das crises de fome - a Organização Não-Governamental (ONG) Save the Children constatou que 16,4 milhões de crianças, ou seja, três em cada quatro crianças, enfrentam actualmente níveis de fome de "crise", "emergência" ou "catástrofe", contra 8,3 milhões em Dezembro.

Por fim, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) está a considerar um orçamento anual de 2,6 mil milhões de dólares para estabelecer uma força de reserva regional destinada a combater o terrorismo e prevenir mudanças inconstitucionais de governo, noticia o jornal nigeriano Vanguard.

O facto foi divulgado na reunião dos chefes de segurança e finanças do bloco, em Abuja,  tendo o ministro da Defesa nigeriano, Mohammed Abubakar, revelado que a força proposta poderia incluir 5.000 pessoas.

No entanto, também está a ser considerado um plano alternativo para um contingente mais pequeno de 1.650 soldados, com um custo anual de 481 milhões de dólares.CS

 

 





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