Luanda – A criação de um comité sudanês para apresentar nos tribunais internacionais as queixas contra as Forças de Apoio Rápido (RSF) e os países que as apoiam esteve entre os principais factos noticiosos da ANGOP na semana que termina hoje (sábado).
O Presidente do Conselho de Transição e chefe do Exército do Sudão, Abdel Fattah al-Burhane, disse que o órgão vai tratar das queixas contra as RSF, seus dirigentes e os países que as apoiam "perante as autoridades competentes, incluindo os tribunais e as organizações regionais e internacionais.
O comité, prosseguiu, será composto por membros dos ministérios Público, da Defesa, das Finanças, dos Negócios Estrangeiros, da Polícia e dos Serviços de Inteligência.
Desde Abril de 2023, o Sudão é palco de uma guerra que opõe o exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, às RSF paramilitares do general Mohamed Hamdane Daglo.
De acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), os combates já deixaram perto de 10 milhões de pessoas deslocadas internamente num país com cerca de 50 milhões de habitantes.
Ainda nesta semana, a ANGOP destacou que o Quénia vai liderar uma nova missão internacional de segurança para o Haiti, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em Outubro, enviando mil polícias para o Estado das Caraíbas, um país assolado pela violência.
"Provavelmente, na próxima semana ou na semana seguinte, estaremos a enviar polícias para restaurar a paz" no Haiti, declarou o chefe de Estado queniano no âmbito de uma visita a Nakuru, no centro do Quénia.
A missão, na qual os Estados Unidos estão fortemente envolvidos do ponto de vista logístico - embora não forneçam homens - destina-se a apoiar a polícia haitiana na luta contra os bandos que aterrorizam a população.
O Haiti sofre há décadas de uma instabilidade política crónica. A capital, Port-au-Prince, está 80% nas mãos de bandos de criminosos, acusados de numerosos abusos, nomeadamente assassinatos, violações, pilhagens e raptos com pedido de resgate.
A reafirmação feita pelo ministro egípcio das Finanças, Mohamed Maait, que também preside a Autoridade Geral para o Seguro de Saúde Abrangente, em reforçar a resiliência financeira dos sistemas de saúde em toda África, constituiu igualmente matéria de destaque da ANGOP.
Esta iniciativa, segundo noticia o Daily News Egypt, procura melhorar a prestação de serviços de saúde duradouros à população, reconhecendo o papel fundamental do investimento do sector privado na luta contra doenças e epidemias.
Mereceu também destaque nos últimos sete dias, o número de pessoas deslocadas internamente no Sudão, em guerra desde Abril de 2023, que já ultrapassa os 10 milhões, segundo a agência das Nações Unidas para as migrações.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) adiantou à agência Associated Press que essa contabilização inclui cerca de 2,8 milhões de pessoas expulsas das suas casas antes do início da actual guerra, devido a vários conflitos locais nos últimos anos.
A OIM aponta ainda que mais de dois milhões de outros sudaneses foram deslocados para o estrangeiro, principalmente para os vizinhos Tchad, Sudão do Sul e Egipto.
Em causa estão fortes divergências sobre o processo de integração do grupo paramilitar agora declarado organização terrorista nas Forças Armadas, o que levou ao insucesso dessa transição iniciada em 2019, após o derrube de Omar Hassan al-Bashir.
Foi igualmente matéria de realce no período em análise, a localização pelas equipas de salvamento dos destroços do avião que transportava o vice-presidente do Malawi, Saulos Chilima, mas sem sobreviventes.
Segundo a Aljazeera, fontes militares disseram que os restos do avião tinham sido localizados um dia após ter desaparecido devido ao mau tempo.
Com outras nove pessoas, o vice-presidente Saulos Chilima, 51 anos, seguia no avião, que descolou da capital em direcção à cidade de Mzuzu, 370 quilómetros a nordeste, para assistir ao funeral de um antigo membro do governo.
Outro destaque da semana foi o anúncio feito pela empresa australiana Woodside Energy sobre o início da extracção de petróleo do campo de Sangomar, ao largo da costa do Senegal, tornando este país no mais recente produtor de petróleo na África subsaariana.
De acordo com comunicado citado pela agência France-Presse (AFP), a Woodside extraiu o primeiro petróleo do campo de Sangomar, completando a entrega do primeiro projecto petrolífero ‘offshore’ do país", declarou a empresa, que explora o campo com a Sociedade dos Petróleos do Senegal (Petrosen).
O campo de águas profundas, situado a cerca de 100 km a sul de Dakar, contém petróleo e gás, explica-se no comunicado, que lembra que o projecto foi lançado em 2020 e teve um investimento de cerca de 5 mil milhões de dólares para tentar garantir o objectivo de produzir 100 mil barris por dia. JM