Luanda - O apelo da União Africana (UA) para que se continue a recorrer à diplomacia para resolver a guerra no Sudão e exigir intervenções urgentes para evitar uma situação humanitária "catastrófica" no país constituiu, dentre outros assuntos, o destaque do noticiário africano durante a semana que hoje (sábado) finda.
"Não existe uma solução militar viável para a crise actual e só um diálogo inclusivo, liderado e controlado pelos sudaneses, irá conduzir a uma solução sustentável", declarou em comunicado o Conselho de Paz e Segurança (CPS) da UA, que se reuniu quinta-feira para discutir a situação no Sudão.
Segundo o CPS da UA, é também "profunda preocupação com a rápida deterioração da situação humanitária no Sudão, que levou o país à beira da fome, e apelou a todos os parceiros e Estados-membros para que forneçam apoio humanitário ao povo do Sudão”.
Na mesma senda, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que o mundo tem-se concentrado na escalada das tensões no Médio Oriente e esquecido do povo sudanês, defendendo uma solução política para travar o "horror" no país africano.
De acordo com o líder das Nações Unidas, por mais preocupantes que sejam os desenvolvimentos no Médio Oriente, "outras emergências dramáticas de vida ou morte estão a ser empurradas para as sombras".
A semana ficou igualmente marcada com o anúncio do apoio adicional de 100 milhões de euros da União Europeia (EU) à Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS) e ao exército deste país africano
"A União Europeia acrescentará 70 milhões de euros aos recursos já mobilizados para a ATMIS em anos anteriores e 40 milhões de euros para o exército nacional da Somália", referiu a instituição num comunicado em que dá a conhecer o apoio aprovado pelo Comité Político e de Segurança do Conselho Europeu.
Ainda nos últimos sete dias, o Presidente da Renamo, Ossufo Momade , considerou que as vozes críticas à sua liderança estão à procura "de legitimidade" para alcançar posições políticas dentro da principal força política da oposição moçambicana, e defendeu a necessidade de disciplina.
Segundo o líder da Renamo, durante o discurso de abertura do Conselho Nacional da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em Maputo, “tem se assistido membros a desfilarem pelas televisões e pelos tribunais à procura de legitimidade para alcançar posições político partidárias. Quanto a nós, trata-se de uma fracassada tentativa de inventar a roda, já inventada".
Também na semana que hoje finda, o ministro dos Recursos Minerais e Energia moçambicano, Carlos Zacarias, disse que quatro milhões de pessoas de baixos rendimentos terão acesso a gás de cozinha dentro de cinco anos, no âmbito da massificação do uso deste recurso.
O governante falava durante a abertura da 'Expo GPL', uma exposição de empresas de produção e venda de gás de cozinha, que decorreu em Maputo.
Um outro assunto destacado no noticiário africano da Agência de Notícias Angola Press foi o anúncio feito pela presidência maliana, comunicando que o Níger prepara-se para entregar 150 milhões de litros de gasóleo ao Mali para abastecer as centrais eléctricas do país, afectadas por cortes de energia recorrentes.
O chefe da junta do Mali, coronel Assimi Goïta, recebeu esta semana, o ministro do Petróleo do Níger, Mahaman Moustapha Barke, para finalizar "um acordo de parceria para a venda de 150 milhões de litros de gasóleo ao Mali", declarou a presidência maliana através de um comunicado.
Ainda durante a semana, um total de 89 das 276 raparigas raptadas pelo grupo extremista Boko Haram em 2014 numa escola em Chibok, nordeste da Nigéria, encontram-se ainda em cativeiro, segundo disseram as autoridades, quando se assinalam 10 anos do rapto.
Usman Tar, comissário para os Assuntos de Informação e Segurança Interna do estado de Borno, onde se situa a aldeia de Chibok, declarou que "até agora, 187 das 276 raparigas raptadas em Chibok foram resgatadas e reunidas com as suas famílias.AM/CS