Luanda – A realização das eleições presidenciais na República Democrática do Congo (RDC), na última quarta-feira, bem como as consequências pós-pleito constituíram, dentre outros assuntos, os destaques no noticiário africano durante a semana que hoje finda.
Com mais de 44 milhões de votantes inscritos para as eleições gerais, dos mais de 96 milhões de habitantes, os congoleses escolheram o Presidente da República Democrática do Congo (RDC) para os próximos cinco anos.
Dos mais de 26 candidatos à corrida presidencial, destacam-se o Presidente cessante, Félix Tshisekedi, que concorre a mais um mandato, o milionário e actual governador de Katanga, Moise Katumbi, o médico ginecologista e Prémio Nobel da Paz 2018, Denis Mukwege, o antigo funcionário da Exxon Mobil e político popular, Martin Fayulu, e o ex-primeiro-ministro e ex-membro da Coligação Lamuka, Adolphe Muzito.
Entretanto, os principais candidatos da oposição denunciaram o "caos" e as "irregularidades" que, segundo eles, se verificaram no acto eleitoral que decorreu na RDC.
"É um caos total, não há organização", declarou Martin Fayulu à comunicação social depois de ter votado numa assembleia de voto em La Gombe, um bairro de Kinshasa que acolhe várias instituições e embaixadas na capital da RDC.
Por outro lado, pelo menos 19 pessoas morreram devido à violência durante as eleições gerais desta semana na República Democrática do Congo (RDC), anunciou o Centro Carter, sediado nos Estados Unidos, que enviou uma missão de observação às urnas.
Num relatório preliminar sobre a votação, a organização concluiu que "o período de campanha foi geralmente calmo", embora se tenham registado "incidentes violentos à medida que se aproximava o dia das eleições", em que o Presidente cessante Félix Tshisekedi concorre a um segundo mandato de cinco anos.
"Pelo menos 19 mortes, incluindo dois candidatos, foram atribuídas à violência relacionada com as eleições", afirmou o Centro.
Ainda na RDC, Os confrontos voltaram ao leste da República Democrática do Congo (RDC), após dez dias de acalmia, coincidindo com o início do apuramento do resultado das eleições gerais, incluindo presidenciais, segundo testemunhas citadas pela AFP.
"Desde as 06h00 locais que se registam combates intensos" em Kibarizo, cerca de 50 quilómetros a noroeste de Goma, a capital da província do Kivu do Norte, segundo os habitantes locais.
Um activista da sociedade civil disse à EFE que pelo menos 16 pessoas foram mortas entre quinta-feira e sexta-feira em dois ataques das Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês), um movimento com ligações ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Ainda nos últimos sete dias, o Conselho de Segurança da ONU renovou o mandato da Missão de Estabilização na República Democrática do Congo (Monusco) por mais um ano, primeiro passo para a retirada progressiva dos "capacetes azuis" do país.
Os 15 membros do Conselho votaram a favor da renovação da missão, numa das raras ocasiões em que ainda existe unanimidade no órgão máximo da ONU, fixando a data de 20 de Dezembro de 2024 para a retirada total.
E no Benin, o Presidente Patrice Talon anunciou que pretende "restabelecer rapidamente as relações" entre o seu país e os vizinhos que sofreram golpes de Estado, num discurso anual à nação perante a Assembleia Nacional.
O chefe de Estado afirmou que "há um tempo para condenar, um tempo para exigir e um tempo para fazer um balanço e tomar nota", referindo-se em particular ao Níger, onde um golpe de Estado em Julho derrubou o Presidente Mohamed Bazoum.
Um outro assunto destacado no noticiário africano da ANGOP foi a promessa feita pelo novo primeiro-ministro guineense, Rui Duarte de Barros, segundo a qual vai liderar o Governo, que tomou posse, "para resultados" e que tudo fará para "levar o país para a frente".
Em breves declarações aos jornalistas no palácio da presidência, em Bissau, Rui de Barros desdramatizou as críticas de militantes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), do qual faz parte, que o acusam de "traição".
Ainda durante a semana que hoje finda, o Unicef alertou que cerca de 45 milhões de crianças correm o risco "iminente" de sofrer doenças, desnutrição ou deslocação na África Oriental e Austral devido à crise humanitária resultante das alterações climáticas.
Para responder a esta crise e "atender às necessidades humanitárias das crianças e comunidades afectadas pelas alterações climáticas", o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apelou a contribuições dos doadores na ordem dos 1,28 mil milhões de euros de acordo com um comunicado divulgado.
"Esta resposta inclui a prevenção e o tratamento da desnutrição aguda através de cuidados contínuos para mães e crianças; a prevenção, detecção precoce e tratamento de doenças em instalações de saúde" ou "a prestação de serviços de educação e protecção de qualidade", entre outros, observou a organização.CS