Luanda – O alerta da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a situação humanitária "extremamente preocupante" na África Central, sub-região onde a organização estima que mais de 2,6 milhões de pessoas estejam deslocadas internamente e mais de 1,5 milhões em insegurança alimentar, constituiu o assunto de destaque do noticiário africano da semana que hoje finda.
Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, o representante especial das Nações Unidas para a África Central, Abdou Abarry, indicou ainda que mais de 42 milhões de pessoas necessitavam de assistência humanitária em Outubro, em consequência das actividades de grupos armados ou terroristas, de conflitos inter-comunitários ou de crises ambientais.
Sublinhando que os recursos para ajudar essas populações são cada vez mais escassos, Abarry apontou que as crianças são as mais afectadas por estas diferentes crises.
Foi igualmente destacado na semana finda o posiciomaento do líder do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G15), Braima Camará, segunda força mais votada nas últimas eleições legislativas guineenses, que se solidarizou com o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, e demarcou-se do próximo Governo.
À chegada ao país, após quatro meses no estrangeiro, Camará disse que condena qualquer tentativa de subversão da ordem constitucional e solidarizou-se com Sissoco Embaló que, disse, foi "vítima de mais uma tentativa de golpe", no passado dia 01.
Por sua vez, o presidente do parlamento guineense, Domingos Simões Pereira, afirmou que a sua segurança pessoal ficou ameaçada com a "ordem do Presidente da República" de mandar retirar os agentes da polícia da sua residência.
Em conferência de imprensa, em Bissau, Simões Pereira disse que os elementos da polícia que o acompanham desde 2014 receberam ordens para abandonarem a sua residência e se apresentarem nas respectivas unidades.
Ainda nos últimos sete dias, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou a quinta revisão do programa de ajustamento financeiro na República Democrática do Congo (RDC), permitindo o desembolso de 202,1 milhões de dólares.
"Apesar da situação desafiante a nível social, político e securitário, as autoridades continuam empenhadas na preservação dos objectivos do programa, incluindo limitando as derrapagens orçamentais e continuando a implementar a agenda de reformas económicas", lê-se no comunicado do FMI.
E no Sudão, o Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou para uma "catástrofe alimentar" que ocorrerá se a organização não conseguir distribuir alimentos às pessoas isoladas pela guerra, que assola o país há oito meses.
"Se a ajuda alimentar às pessoas encurraladas nas zonas onde os combates são mais intensos - a capital, Cartum, Darfur (oeste) e Cordofão (sul) - não aumentar significativamente no período que antecede as colheitas de Maio, estas zonas poderão deslizar para um estado de desastre alimentar", alertou o PAM num comunicado de imprensa.
Também na semana finda, o Conselho para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), no poder no Níger, anunciou que a retirada das tropas francesas do país estará concluída a 22 deste mês.
O CNSP declarou que "este processo de retirada" prossegue "de forma coordenada e segura", desde o início em Outubro. Até agora, 1.346 soldados franceses e 80% do equipamento logístico deixaram o país, restando apenas 157 soldados, principalmente responsáveis pela logística.CS