Luanda – A denúncia de uma tentativa fracassada de golpe de Estado pelo Governo de transição do Burkina Faso, instituído após a tomada do poder pelos militares em Setembro de 2022, marcou, dentre outros assuntos, o noticiário africano durante a semana que hoje finda.
"O Governo de transição informa que uma tentativa comprovada de golpe de Estado foi frustrada no dia 26 de Setembro de 2023 pelos serviços de informação e segurança", disse o porta-voz do Executivo, Jean Emmanuel Ouédraogo, num comunicado divulgado.
Entretanto, milhares de pessoas manifestaram-se, no Burkina Faso, em apoio ao regime militar, apelando à adopção de uma nova Constituição e entoando palavras de ordem hostis à França.
Um ano após o capitão Ibrahim Traoré ter chegado ao poder através de um golpe de Estado, os manifestantes reunidos na Place de la Nation, na capital Ouagadougou, brandiam bandeiras do Burkina Faso, do Mali, do Níger - três países governados por regimes militares - e da Rússia, bem como cartazes com a efígie do capitão Traoré, segundo a agência de notícias francesa, AFP.
Um outro assunto destacado foi a visita do ministro da Indústria, Comércio e Energia da Coreia do Sul, Bang Moon-Kyu, a Cabo Verde, na qualidade de enviado especial do Presidente Yoon Suk-yeol, segundo a agência Lusa.
Bang Moon-Kyu liderou uma delegação coreana que manteve várias reuniões com membros do Governo, organismos públicos e com o sector privado, na Praia, após a participação de Cabo Verde no Fórum Económico Coreia África (KOAFEC), realizado há duas semanas na cidade coreana de Busan.
E em Moçambique, o presidente da Renamo, maior partido da oposição moçambicana, Ossufo Momade, afirmou que a população deseja que as eleições autárquicas de 11 de Outubro sejam as primeiras "sem fraude eleitoral", mas acusou a Frelimo de "esquemas da manipulação".
"Apelamos a todos os moçambicanos a manter a vigilância e a denunciar qualquer acto que visa manipular as eleições e promover a fraude eleitoral. A bem da nação, somos por uma campanha ordeira, pacífica e somos por eleições livres, justas, transparentes e limpas. Os moçambicanos almejam que pela primeira vez realizemos eleições sem fraude eleitoral", declarou Ossufo Momade, no arranque da campanha eleitoral para as eleições autárquicas.
Ainda nos últimos sete dias, a Comissão Europeia (CE) anunciou que quer restringir a concessão de vistos aos cidadãos etíopes para tentar forçar uma melhoria da cooperação sobre a readmissão de migrantes em situação irregular.
A proposta, no caso da Etiópia, recorda que em Fevereiro de 2018 a União Europeia celebrou um acordo de readmissão não vinculativa com a Gâmbia e indica que apesar do acordo actual, a cooperação nessa matéria "com a Etiópia não melhorou", mesmo depois de Bruxelas ter pedido expressamente para aplicar o acordo na totalidade, lê-se num comunicado divulgado por Bruxelas.
Durante a semana finda, a Amnistia Internacional (AI) lamentou que o Governo do Presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, continue a "alimentar um ciclo de abusos e impunidade" no país, renegando a sua promessa de romper com a deriva anti-democrática de Mugabe.
"O governo de Mnangagwa perdeu uma oportunidade histórica de corrigir os erros do passado e, em vez disso, redobrou os seus esforços para reprimir os direitos humanos", afirmou o director adjunto da AI para a África Austral, Khanyo Farisè, num comunicado.
No Gabão, os militares que a 30 de Agosto derrubaram Ali Bongo Ondimba, há 14 anos no poder no Gabão, anunciaram a redução do recolher obrigatório que vigorava há mais de um mês, segundo anunciou a presidência.CS