Kigali - O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu que os refugiados ucranianos que viajam para o Reino Unido correm o risco de ser deportados para o Rwanda, juntamente com outros migrantes ilegais.
O governante encontra-se, esta sexta-feira, na capital do Ruanda, Kigali, no contexto da reunião dos líderes da Commonwealth que se realiza no país.
Ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de ucranianos serem deportados para a nação da África central, no contexto da nova política de imigração do Reino Unido, Johnson admitiu que tal podia acontecer.
Assim, os refugiados ucranianos podem ser enviados para Rwanda se viajarem para o Reino Unido sem autorização, através do Canal da Mancha, disse Boris Johnson.
No passado, Boris tinha dito que a perspectiva de refugiados ucranianos serem enviados para esse país africano sob o controverso esquema de deportação revelado em Abril “simplesmente não iria acontecer”. Contudo, esta sexta-feira, disse: “As únicas circunstâncias em que as pessoas serão enviadas para Rwanda será se viajarem ilegalmente para Reino Unido, corrompendo as rotas seguras e legais que temos".
Esclareceu, ainda, que o Reino Unido está a dar "130 mil vistos a ucranianos e eles têm pelo menos duas rotas muito boas para Inglaterra". “Mas se chegarem aqui ilegalmente, estão a prejudicar todos aqueles que estão aqui legalmente. E é uma loucura. Por isso, temo que a resposta seja, suponho, sim, em teoria, isso poderia acontecer. Mas acho muito improvável”, revelou, admitindo a possiblidade de deportar ucranianos para o país.
Recorde-se que Boris Johnson anunciou um acordo com o Governo rwandês em Abril, no qual ficou definido que as pessoas que entrarem ilegalmente no Reino Unido serão deportadas para o país, no qual poderão solicitar asilo e não no Reino Unido.
Em troca, o Rwanda vai receber milhões de libras em ajuda para o desenvolvimento.