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RDCongo: ONU regista mais de 400 execuções extrajudiciais em Novembro

     África              
  • Luanda • Quinta, 06 Janeiro de 2022 | 18h36
Bandeira da República Democrática do Congo
Bandeira da República Democrática do Congo
Divulgação

Cerca de 400 execuções extrajudiciais foram registadas na República Democrática do Congo (RDCongo) em Novembro, das quais mais de 10% foram cometidas pelas forças de segurança congolesas, sendo as restantes atribuídas a grupos armados, informou quarta-feira a ONU.

Em todo o país, "os agentes do Estado foram responsáveis por 39% das violações documentadas, incluindo execuções extrajudiciais de, pelo menos, 40 pessoas (24 homens, nove mulheres e sete crianças)", informou o Gabinete Conjunto dos Direitos Humanos da ONU (UNJHRO) na RDCongo no seu relatório mensal.

Quanto às restantes violações, "61% foram cometidas por combatentes de grupos armados, incluindo execuções sumárias de pelo menos 345 pessoas (258 homens, 61 mulheres e 26 crianças)", acrescenta o relatório.

A UNJHRO documentou em Novembro "801 violações e abusos dos direitos humanos em toda a RDCongo, um número que representa um aumento acentuado de 61% por comparação com Outubro" (498 violações).

A grande maioria das violações (752) foram cometidas nas províncias afectadas por conflitos activos - Kivu do Norte, seguida por Ituri, Tanganica e Kivu do Sul, todas no leste do país -- e resultaram na morte de, pelo menos, 379 civis (276 homens, 70 mulheres e 33 crianças).

O documento assinala que, entre todas as partes em conflito, individualmente, "os soldados das FARDC [Forças Armadas da RDCongo] cometeram o maior número de violações nas províncias afectadas" em Novembro.

Para além das Forças Armadas congolesas, a maioria dos abusos foram atribuídos a quatro grupos armados: Nyatura, Forças Democráticas Aliadas (ADF), Forças Democráticas para a Libertação do Rwanda (FDLR) e Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco).

O Kivu do Norte e Ituri estão sob estado de sítio desde Maio, decretado com o objectivo de pôr fim à actividade dos grupos armados.

A medida deu plenos poderes aos militares, mas até agora não conseguiu deter as atrocidades cometidas pelos grupos armados activos na região há mais de 25 anos.





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