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RDC: Novo ataque de rebeldes islamitas ugandeses resulta em 14 mortes

     África              
  • Luanda • Domingo, 05 Setembro de 2021 | 13h22
Bandeira da República Democrática do Congo
Bandeira da República Democrática do Congo
Divulgação

Ituri (RDC) - Pelo menos catorze civis morreram na última noite num novo ataque atribuído aos rebeldes islamitas ugandeses das Forças Democráticas Aliadas (ADF) nas localidades de Tshani Tshani e Mapsana, província de Ituri (nordeste).

Segundo fontes militares citadas pela EFE e depoimentos de vizinhos que conseguiram escapar, os rebeldes infiltraram-se entre a população para conseguirem os seus intentos.

A informação é também confirmada a EFE por Jean Bosco Lalo, coordenador dos grupos da sociedade civil do Ituri, que também criticou o facto do seu alerta não ter sido levado a sério.

Por seu lado, o porta-voz do Exército, tenente Jules Ngongo, afirmou que as Forças Armadas da RDC (FARD) lamentam o incidente, mas criticam a população por "não os avisar a tempo".

Este ataque ocorreu, depois de em 01 de Setembro em que pelo menos quatro civis morreram e sessenta reféns foram libertados, após uma emboscada  das  ADF a um comboio de comerciantes na mesma região, apesar de ter sido escoltado pelo Exército e por elementos da missão das Nações Unidas no país (Monusco).

A ADF começou a sua campanha violenta em 1996 no oeste de Uganda como resposta à política do regime do Presidente ugandês, Yoweri Museveni, que acusavam de ser contra os muçulmanos, até que o Exército forçou a sua retirada para a fronteira com a RDC.

A partir daí, fizeram incursões no território congolês, no último ano mais frequentes e violentas, aproveitando a geografia montanhosa que lhes permite esconder-se das operações militares e da Monusco, que conta com mais de 14.000 efectivos.

O programa da ADF é vago e existe uma ligação com a organização jihadista Estado Islâmico, que às vezes se responsabiliza por alguns dos seus ataques.

Em 15 de Agosto, o presidente da RDC, Felix Tshisekedi, autorizou as forças especiais dos Estados Unidos a ajudarem o exército congolês a combater a ADF, grupo considerado pelos EUA de "terrorista".

Em resposta à violência, Kivu Norte e Ituri estão desde 06 de Maio sob cerco e administração militar.

De acordo com os últimos dados publicados pela Kivu Security Tracker, desde 2017 a ADF causou mais de 980 vítimas por "morte violenta" em mais de 170 ataques, apesar de outras organizações atribuírem a este grupo milhares de mortes.

O nordeste da RDC está há anos mergulhado num conflito armado, alimentado por rebeldes e ataques de soldados do Exército, apesar da presença das forças militares das Nações Unidas.

 





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