Maputo - O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse hoje que pelo menos 3.462 ex-guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), do total de 5.221, já estão a receber as pensões, no âmbito do processo de reintegração, noticiou o site Notícias ao Minuto.
"Dos 3.521 processos visados, estão em pagamento 3.462 pensões, havendo um remanescente de 59 em processamento", disse o chefe de Estado moçambicano durante cerimónia de juramento de bandeira na Escola Prática do Exército de Munguine, em Maputo.
Ao citar dados recolhidos até 20 de Maio, Filipe Nyusi disse que o Governo moçambicano recebeu pedidos de pelo menos 4.215 desmobilizados do maior partido da oposição, no âmbito de campanhas de registo dos beneficiários do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) nas províncias de Sofala, Manica, Tete e Zambézia, centro de Moçambique, e Nampula, Niassa e Cabo Delgado, no norte do país.
"Dos pedidos recebidos, foram remetidos ao Instituto Nacional de Providencia Social 4.124 processos, encontrando-se pendentes para reverificação de dados só 47 processos", referiu o Presidente moçambicano.
O processo de DDR, iniciado em 2018, abrange 5.221 antigos guerrilheiros Renamo, dos quais 257 mulheres, e terminou em Junho último, com o encerramento da base de Vunduzi, a última da Renamo, localizada no distrito de Gorongosa, província central de Sofala.
O Acordo Geral de Paz de 1992 colocou fim à guerra dos 16 anos, opondo o exército governamental e a guerrilha da Renamo.
Foi assinado em Roma, entre o então Presidente Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama, líder histórico da Renamo, que morreu em Maio de 2018.
Em 2013 sucederam-se outros confrontos entre as partes, que duraram 17 meses e só pararam com a assinatura, em 05 de Setembro de 2014, do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, entre Dhlakama e o antigo chefe de Estado Armando Guebuza.
Já em 06 de Agosto de 2019 foi assinado o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, o terceiro e que agora está a ser materializado, entre o actual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade. AM