Maputo - O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que o país ainda enfrenta o "cancro do terrorismo" na região norte, mas "está relativamente estável".
"É um cancro que dificilmente desaparece (...), mas a situação estava muito pior", face ao momento actual, afirmou Nyusi, num encontro com os presidentes dos parlamentos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se encontram em Maputo para a 13.ª Sessão Ordinária da Assembleia Parlamentar da organização (AP-CPLP), segundo o site Notícias ao Minuto.
O Presidente moçambicano declarou que os grupos armados já não controlam nenhuma vila, depois de terem sido expulsos das áreas que detinham, no "pico" da sua acção, entre 2020 e 2021, como resultado da contra ofensiva desencadeada pelas forças governamentais moçambicanas com ajuda do contingente da Missão Militar da África Austral (SAMIM, na sigla em inglês) esta que se retirou por completo em 4 de Julho e do exército do Rwanda, que ainda continua no terreno.
"As populações estão a regressar às zonas de origem, tivemos muitos deslocados, estamos na fase de reconstrução" das infra-estruturas destruídas pelos insurgentes, avançou o chefe de Estado moçambicano.
Filipe Nyusi agradeceu a solidariedade dos países da CPLP para com os esforços de combate ao terrorismo em Cabo Delgado, saudando a ajuda humanitária que países da organização têm prestado às vítimas de ataques armados em Cabo Delgado.
Nyusi assinalou ainda que as vagas de conflitos armados com a antiga guerrilha da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, já estão encerradas, no quadro do acordo que levou ao Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos combates daquela força política.
"A reintegração leva tempo, mas o desarmamento e desmobilização já alcançaram mais de cinco mil homens armados da Renamo", enfatizou.
O Presidente moçambicano salientou que o Governo adoptou um modelo singular de DDR, ao integrar na segurança social os antigos guerrilheiros do principal partido da oposição, mesmo que estes não tenham canalizado prestações para o efeito, como é legalmente imposto.
Os presidentes dos parlamentos dos países lusófonos reúnem-se hoje e terça-feira em Maputo, com uma agenda que inclui o tema sobre "Promoção da Democracia e do Estado de Direito", de acordo com o programa do encontro.
A 13.ª Sessão Ordinária da AP-CPLP vai igualmente fazer um ponto de situação sobre "Os Processos Eleitorais nos Estados Membros da CPLP" e realizar reuniões sobre "Estratégia, Legislação, Cidadania e Circulação, "Economia, Ambiente e Cooperação" e "Língua, Educação, Ciência e Cultura".
Estão também previstos encontros das redes de mulheres e de jovens dos parlamentos da CPLP. DSC/AM