Kinshasa - O parlamento da República Democrática do Congo (RDC) adiou hoje, por um dia, a consideração de uma moção de censura contra o Governo, uma jogada importante para o Presidente Félix Tshisekedi afastar o seu antecessor, Joseph Kabila.
A Assembleia Nacional tomou a decisão na ausência do primeiro-ministro, Sylvestre Ilunga Ilunkamba, fiel seguidor de Kabila, decidindo remarcar a sessão para as 11h00 locais de quarta-feira.
Segundo a agência France Presse, a sessão de hoje durou apenas alguns minutos.
A moção de censura foi assinada por 301 dos 500 deputados que se afirmam como membros da "União Sagrada da Nação", uma maioria parlamentar procurada desde Dezembro por Tshisekedi com o objectivo de anular a anterior, favorável a Kabila.
Tshisekedi, declarado vencedor nas eleições presidenciais de 30 de Dezembro de 2018, governou a RDC em coligação com o partido de Kabila, que mantinha o controlo do parlamento segundo os resultados das legislativas.
A 06 de Dezembro do ano passado, Tshisekedi pôs fim a esta coligação, fundamental para aquela que foi a primeira transição pacífica de poder na RDC.
Desde Outubro, o chefe de Estado suspendeu o Conselho de Ministros devido à recusa de Ilunga em ratificar a nomeação de três novos juízes para o Tribunal Constitucional.
Ilunga Ilunkamba, da Frente Comum do Congo (FCC), fiel a Kabila, assim como dois terços dos 65 ministros que compõem o actual executivo, esteve na segunda-feira com o antigo Presidente em Lubumbashi.
A Assembleia Nacional decidiu adiar a sessão devido a ausência do chefe do Governo congolês.
Segundo o Ministério do Interior, Ilunga Ilunkamba realiza actualmente uma visita de três dias, iniciada no domingo e que deverá terminar hoje.
"Parto para Lubumbashi para um encontro com sua excelência Joseph Kabila. Foi ele que propôs o meu nome como candidato a primeiro-ministro, o que permitiu a minha nomeação por sua excelência o Presidente da República [Tshisekedi]", escreveu Ilunga, que exerce o cargo desde Maio de 2019, na plataforma social Twitter.