ONU termina missão na Guiné-Bissau com nova crise à porta

     África              
  • Luanda • Quinta, 10 Dezembro de 2020 | 11h41
Bandeira da Guiné Bissau
Bandeira da Guiné Bissau
Divulgação

Bissau - O Gabinete Integrado da ONU para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau encerra no dia 31 deste mês a sua missão em Bissau, 21 anos depois de ter sido criado, e quando o país pode entrar numa nova crise política.

Instalada na sequência do conflito político-militar, que durou entre 1998-1999 e provocou milhares de mortos, a missão política das Nações Unidas começou por ser denominada de Gabinete de Apoio à Construção da Paz da ONU na Guiné-Bissau (Uniogbis) e instalou-se no país em Junho de 1999.

O objectivo era ajudar a restaurar a paz no país e ao regresso à ordem constitucional com a realização de eleições, o que foi concretizado, mas um golpe de Estado, em Setembro de 2003, afasta o Presidente eleito Kumba Ialá, segundo a Lusa.

A partir daí, uma sucessão de golpes, assassínios políticos e militares e tráfico de droga arrastaram-se na Guiné-Bissau, mantendo a instabilidade no país, sem a ONU conseguir dar resposta, que culminou com mais um golpe militar em 2012.

Antes disso, em 2009, as Nações Unidas decidiram que a missão política devia ser mais abrangente e mudaram o nome para Gabinete Integrado da ONU para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (Uniogbis).

Com golpe de 2012, o Conselho de Segurança impôs sanções a um grupo de militares, que se mantém até hoje, e acedeu ao pedido da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a deixar liderar um esforço de mediação, que incluiu também o destacamento de uma força militar para garantir a segurança de instituições estatais e os seus representantes.

Foram novamente realizadas eleições no país, em 2014, mas em 2015 a Guiné-Bissau iniciou um novo ciclo de instabilidade e crise política, com momentos mais e menos intensos, com sucessivos governos e nomeações de primeiros-ministros, mas sem o registo da violência de outrora.

José Mário Vaz foi o primeiro Presidente do país, eleito em 2014, a terminar um mandato na Guiné-Bissau.

Esperava-se que as últimas eleições realizadas no país em 2019, tanto legislativas, como presidenciais, pusessem fim a um ciclo de instabilidade, o que não aconteceu.

A Guiné-Bissau iniciou o ano de 2020 com um momento de grande tensão política, com o candidato dado como derrotado nas presidenciais a não aceitar os resultados e a apresentar um recurso de contencioso eleitoral.

O actual Presidente, Umaro Sissoco Embaló, acabou por tomar posse unilateralmente, depois de a Comissão Nacional de Eleições ter confirmado a sua vitória e demitido o Governo, que tinha saído das legislativas, ganhas pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

O antigo primeiro-ministro Aristides Gomes permanece refugiado na sede da Uniogbis, em Bissau, sem se saber exactamente o seu futuro.

A crise política parece estar de regresso ao país, depois de o presidente da Comissão Nacional de Eleições ter anunciado à imprensa, no final de um encontro com Umaro Sissoco Embaló, a possibilidade de o parlamento ser dissolvido e serem realizadas eleições legislativas antecipadas.

 



Tags


Fotos em destaque

Prevenção de acidentes rodoviários vence prémio da feira tecnológica

Prevenção de acidentes rodoviários vence prémio da feira tecnológica

 Terça, 17 Setembro de 2024 | 12h04

Mais de quatrocentos reclusos frequentam ano lectivo no Bentiaba (Namibe)

Mais de quatrocentos reclusos frequentam ano lectivo no Bentiaba (Namibe)

 Terça, 17 Setembro de 2024 | 12h01

Angola sem registo de casos da varíola dos macacos

Angola sem registo de casos da varíola dos macacos

 Terça, 17 Setembro de 2024 | 11h54

Divisão das Lundas fruto da estratégica de Agostinho Neto

Divisão das Lundas fruto da estratégica de Agostinho Neto

 Terça, 17 Setembro de 2024 | 11h50

Merenda Escolar chega a mais de três mil crianças dos Gambos (Huila)

Merenda Escolar chega a mais de três mil crianças dos Gambos (Huila)

 Terça, 17 Setembro de 2024 | 11h45

Nhakatolo Ngambo torna-se na 6ª rainha do povo Luvale

Nhakatolo Ngambo torna-se na 6ª rainha do povo Luvale

 Terça, 17 Setembro de 2024 | 11h41

Parques nacionais de Mavinga e Luengue-Luiana com mais de 10 mil elefantes

Parques nacionais de Mavinga e Luengue-Luiana com mais de 10 mil elefantes

 Terça, 17 Setembro de 2024 | 11h37

Angola produz óleo alimentar acima de cem por cento

Angola produz óleo alimentar acima de cem por cento

 Terça, 17 Setembro de 2024 | 11h34


Notícias de Interesse

Huambo - cidade que acolhe, encanta e inspira

 Sábado, 21 Setembro de 2024 | 10h03

Angola vence Andorra no Mundial de hóquei em patins  

 Sábado, 21 Setembro de 2024 | 09h37

Resenha Africana da Semana

 Sábado, 21 Setembro de 2024 | 08h37

A pesquisar. PF Aguarde 👍🏽 ...
+