Asmara - A situação dos direitos humanos na Eritreia continua "desastrosa" e não mostra "nenhum sinal de melhoria", lamentou esta segunda-feira a Organização das Nações Unidas (ONU), referindo-se em particular a casos de tortura e desaparecimentos forçados cometidos com "total impunidade".
A Eritreia é governada desde a sua independência da Etiópia, em 1993, pelo Presidente Issaias Afeworki.
"A situação dos direitos humanos na Eritreia continua terrível e não mostra sinais de melhoria. Continua a ser caracterizada por graves violações dos direitos humanos", refere um relatório apresentado pelo vice comissário do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Nada Al-Nashif.
A ONU diz que também continua a "receber informações credíveis", em particular sobre "tortura", "condições de detenção desumanas" ou mesmo "desaparecimentos forçados".
"É alarmante que todas essas violações dos direitos humanos sejam cometidas com total impunidade", sublinhou o relatório, apontando também para a "falta de cooperação" das autoridades de Asmara.
O país do Corno de África tem uma política de recrutamento militar por tempo indeterminado, que se intensificou "em consequência do conflito em Tigray", no norte da Etiópia.
Um acordo de paz assinado em Novembro prevê a retirada das tropas eritreias da Etiópia, mas esta "continua muito lenta e em grande parte incompleta", segundo o relatório apresentado pela ONU.