Jeddah, na Arábia Saudita - O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários e coordenador da Ajuda de Emergência, Martin Griffiths, disse hoje, Jeddah, na Arábia Saudita, que a ONU já ajudou 3,6 milhões de pessoas no Sudão, mas este número representa apenas 20% das pessoas que precisam de ajuda.
"A comunidade humanitária tem feito o seu melhor para atender às necessidades cada vez maiores, desde meados de Abril, chegámos a 3,6 milhões de pessoas com alguma forma de ajuda, mas isto é apenas 20% do número de pessoas que esperamos conseguir ajudar", disse Martin Griffiths num comunicado divulgado na abertura das negociações de paz para o Sudão, que decorrem em Jeddah, na Arábia Saudita.
As conversações de paz em Jeddah, salientou o responsável, "são críticas", porque é preciso que o exército do Sudão e as Forças de Resposta Rápida (RSF, na sigla em inglês) "ultrapassam o bloqueio burocrático, e que adiram completamente à lei internacional humanitária, garantindo acesso seguro, sustentado e sem entraves às pessoas que precisa, seja em Darfur, em Cartum ou em Kordofans".
Numa mensagem em que se congratula com o reinício das conversações de paz, Martin Griffiths agradece à Arábia Saudita e aos Estados Unidos por albergarem e organizarem as reuniões e considera que estes encontros "são uma oportunidade decisiva para deixar o povo do Sudão saber que não estão esquecidos e que levamos as nossas responsabilidades internacionais a sério".
Desde Abril, a guerra entre as forças do chefe do exército, Abdel Fattah al-Burhane, e o seu antigo vice, Mohamed Hamdane Daglo, à frente das forças paramilitares RSF, já causou a morte de mais de nove mil pessoas, de acordo com números da ONU que admite serem dados muito subestimados, e mais de 5,6 milhões de deslocados e refugiados. AM/JM