Adis Abeba - As mulheres desempenham um papel crucial no sector agrícola do continente africano, considerou, em Addis Abeba (Etiópia), a comissária para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, Josefa Correia Sacko.
Josefa Sacko, que falava a propósito do Dia Internacional da Mulher Rural, que se celebra hoje, 15 de Outubro, disse que as mulheres são as guardiãs dos conhecimentos e práticas tradicionais que sustentam os sistemas agro-alimentares.
“Apesar das suas contribuições significativas, as mulheres, particularmente as que vivem em zonas rurais, enfrentam frequentemente numerosos desafios, incluindo o acesso limitado à educação, à tecnologia e aos recursos”, sublinhou.
No seu entender, estes desafios são ainda agravados por calamidades naturais, como surtos de doenças, alterações climáticas e acesso limitado às escolas, que afectam desproporcionadamente este grupo.
Esta ano, o Dia Internacional da Mulher Rural tem como tema: “Capacitar as mulheres que vivem em zonas rurais através da educação e do acesso à tecnologia: Colmatando a lacuna para sistemas agro-alimentares inclusivos e sustentáveis em África”.
“A educação é um poderoso instrumento de capacitação. Ao proporcionar às mulheres rurais o acesso a uma educação de qualidade, podemos dotá-las dos conhecimentos e das competências necessárias para melhorar os seus meios de subsistência e contribuir eficazmente para as suas comunidades”, referiu a titular da pasta da agricultura, desenvolvimento rural, economia azul e ambiente sustentável da UA.
Referiu que o lema deste ano, reflecte o compromisso colectivo de criar um ambiente propício para que as mulheres que vivem nas zonas rurais possam prosperar e serem agentes de mudança, alinhando com o tema geral da União Africana para 2024, “Educar um africano apto para o século XXI”, que enfatiza a necessidade de construir sistemas de educação resilientes para aumentar o acesso a uma educação inclusivo.
A comissária disse que é importante colmatar a lacuna para sistemas agro-alimentares inclusivos e sustentáveis de forma que se possam ultrapassar as barreiras que impedem as mulheres rurais de participarem plenamente e beneficiarem destes sistemas.
Para tal, prosseguiu, são necessárias políticas e programas específicas que promovam a igualdade de género, apoiem o acesso das mulheres à terra e aos serviços financeiros e proporcionem formação em práticas agrícolas sustentáveis.
Desta forma, avançou que o caminho a percorrer é ainda difícil, mas a resiliência e a determinação das mulheres africanas que vivem nas zonas rurais inspiram a esperança e optimismo.
“Com as políticas, os investimentos e as parcerias certas podemos libertar o seu potencial e criar uma África onde as mulheres rurais não só prosperam como lideram a transformação para sistemas agro-alimentares sustentáveis, inclusivos e resilientes”, acrescentou.
Lembrou ainda que a Comissão da União Africana está empenhada em capacitar as mulheres rurais através da educação e do acesso à tecnologia, e ,continuarão a trabalhar com os Estados-membros, parceiros de desenvolvimento e organizações da sociedade civil para implementar iniciativas que apoiem o empoderamento das mulheres rurais. JM
