Addis Abeba - Milhares de pessoas manifestaram-se este fim-de-semana na região etíope de Amhara (noroeste) contra a decisão do Governo da Etiópia de dissolver as diferentes forças especiais de cada região e integrá-las no exército federal ou na polícia.
De acordo com a agência espanhola EFE, realizaram-se protestos nas cidades de Gondar, Debre Marqos, Woldia, Metemma e Debre Berhan, tendo participado civis e efectivos das forças armadas regionais.
"Nunca nos renderemos até que Wolkait e Raya sejam devolvidos à região de Amhara. Lutaremos pela nossa gente", podia escutar-se no protesto que decorreu na histórica cidade de Gondar.
Wolkait e Raia são dois territórios historicamente disputados entre as províncias de Amhara e Tigray.
Já em Debre Berhan, os manifestantes cortaram a estrada que liga essa cidade à capital do país.
O Governo da Etiópia anunciou na quinta-feira que pretendia dissolver as forças militares especiais disponíveis nas diferentes regiões do país e integrá-las no exército federal ou na polícia, intenção que está a ser contestada pela população da região de Amhara.
Essa intenção foi reiterada hoje pelo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, em comunicado, considerando que se trata de uma medida favorável à unidade nacional e à paz no país africano.
"Tentaremos explicar e convencer os opositores, que o são por desconhecimento. No entanto, serão tomadas medidas para manter a ordem pública contra aqueles que, intencionalmente, incitem à violência", alertou o governante.
Por seu turno, o presidente da região de Amhara, Yelkal Kefale, fez um apelo à calma, através de uma mensagem vídeo, esclarecendo que a medida vai afectar todas as regiões etíopes e não apenas Amhara.
"A economia da nossa região ruiu devido ao conflito com o norte (Tigray). As nossas infra-estruturas foram destruídas e as pessoas desalojadas. Por isso, não devemos entrar noutro conflito", advertiu Yelkal Kefale. CNB/CS
