Lilogwe - Malawi lançou uma campanha de vacinação contra a poliomielite depois de o primeiro caso em 30 anos ter sido descoberto numa criança que ficou paralisada pelo vírus. Esta campanha contra o poliovírus selvagem tipo 1 pretende atingir mais de 23 milhões de crianças menores de cinco anos em cinco países da África Austral, avançou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O vírus, que invade o sistema nervoso e pode causar paralisia total em poucas horas, não tem cura conhecida. “É por isso que deve haver uma acção agressiva quando a poliomielite selvagem é identificada, especialmente porque esta é uma doença que é alvo de erradicação”, explicou Janet Kayita, representante da OMS no Malawi.
A primeira fase é direccionada a 9,4 milhões de crianças no Malawi, Moçambique, Tanzânia e Zâmbia. De acordo com o Evening Standard, a vacinação visa interromper a circulação do poliovírus, imunizando todas as crianças menores de cinco anos com vacina oral contra a poliomielite, independentemente do estado de imunização anterior. O objectivo é atingir as crianças que não estão imunizadas e aumentar a imunidade das que já estão.
“A poliomielite é uma doença altamente infecciosa e intratável que pode resultar em paralisia permanente. Em apoio ao Malawi e aos seus vizinhos, estamos a agir rapidamente para travar este surto e extinguir a ameaça através de vacinação eficaz”, esclareceu Matshidiso Moeti, director regional da OMS em África.
Este é o primeiro surto em África desde que a região foi certificada como livre de poliovírus selvagem autóctone em 2020. Segundo análises laboratoriais, este surto poderá estar associado ao que circulava na província de Sindh, no Paquistão, em 2019.