Kinshasa - As autoridades da República Democrática do Congo anunciaram hoje que descobriram mais de 30 corpos em duas ocasiões na região de Beni, onde pelo menos 811 civis foram encontrados sem vida desde o final de Outubro de 2019.
De acordo com o ministro do Interior do estado do Kivu Norte, Jean-Bosco Sebishimbo, 29 corpos foram encontrados em Kavuyri, no parque do Virunga, depois de terem sido "executados em massa" numa nada não especificada.
Os números foram avançados por peritos do Barómetro de Segurança do Kivu (KST).
"As mesmas fontes relatam um ataque armado que acabou de custar a vida de seis pessoas inocentes" em Kokola, acrescentou o KST, citado pela agência France-Presse (AFP), que aponta que os números foram registados "serviços especializados da província do Kivu Norte.
A missão das Nações Unidas na RDCongo, a Monusco, que tem uma força de intervenção rápida na região de Beni, confirmou as seis mortes, embora fontes citadas pela comunicação social local cifrem este número em sete.
"Os primeiros indícios sobre os autores destes actos indescritíveis apontam para combatentes das ADF [Forças Democráticas Aliadas], que são muito activos na área, acrescentou Sebishimbo.
Desde 31 de Outubro de 2019, pelo menos 811 civis morreram no território de Beni, segundo o KST.
As ADF são originalmente rebeldes muçulmanos ugandeses que se retiraram para o leste da RDCongo em 1995. Desde aquela altura, ampliou o seu movimento com a inclusão de outras nacionalidades e misturaram-se com a população local. Este grupo armado não ataca as fronteiras do vizinho Uganda há anos.
As forças são acusadas pelas autoridades congolesas e pelas Nações Unidas de serem responsáveis pelos massacres de mais de 1.000 civis na região do Beni desde 2014.