Accra - Um tribunal ghanês absolveu e libertou, quinta-feira, 21 activistas LGBTQI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero, Queer e Intersexo) presos em Maio no sudeste do país por "ajuntamento ilegal".
Em 20 de Maio, a polícia ganesa prendeu 21 defensores dos direitos humanos (16 mulheres e cinco homens) que "participavam numa conferência para promover as suas atividades", segundo as autoridades.
A conferência visava formar "advogados para melhor identificar e denunciar as violações dos direitos humanos sofridas por ghaneses LGBTQI", segundo a organização não-governamental (ONG) Rightify Ghana, na plataforma social Twitter.
De acordo com o superintendente-chefe da polícia, Yakubu Ayamga, citado pela agência France-Presse, o procurador-geral considerou que não havia provas suficientes para prosseguir com o caso.
"O tribunal arquivou hoje o processo com base no parecer (do procurador-geral) e as 21 pessoas foram absolvidas", segundo Ayamga.
A advogada das pessoas detidas confirmou a decisão.
"Congratulamo-nos com a decisão, que tem sido a nossa linha desde o início deste caso", afirmou Julia Ayertey.
No Ghana, a actividade sexual entre pessoas do mesmo sexo é abrangida pela definição de "conhecimento carnal não natural", ao abrigo do artigo 104 da Lei sobre Infracções Criminais, de 1960, que impunha uma pena máxima de três anos de prisão.
Nos últimos meses, o país de língua inglesa da África Ocidental, que é muito conservador e religioso, tem vindo a enfrentar uma onda de homofobia. Em Fevereiro, um centro de apoio a gays em Accra foi encerrado pelas autoridades.
Um novo projecto de lei para endurecer as penas e criminalizar a promoção do movimento LGBTQI recebeu esta semana a sua primeira leitura no parlamento, apesar das críticas internacionais ao texto.