Washington - Os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram hoje a imposição de sanções contra uma unidade especial da polícia sudanesa, acusada de "graves violações de direitos humanos" durante a repressão de manifestações contra a junta militar no poder.
"Desde o golpe militar de 25 de outubro, a Polícia da Reserva Central [CRP, na sigla em inglês] do Sudão usou força e violência excessivas para silenciar ativistas e manifestantes civis", lê-se num comunicado assinado por um responsável do Departamento do Tesouro.
"Condenamos as forças de segurança do Sudão por matar, assediar e intimidar os cidadãos sudaneses", acções que "exacerbam a crise política" naquele país, acrescenta-se na nota.
De acordo com Washington, a CRP, uma unidade policial militarizada, esteve na vanguarda de uma repressão brutal a um protesto em Cartum (Sudão) em Janeiro, quando disparou munição real contra manifestantes, matando dois e ferindo vários.
As sanções, que congelam quaisquer bens do CRP nos Estados Unidos, enquadram-se na chamada lei Magnitsky, destinada a combater a corrupção e as violações dos direitos humanos.
Milhares de pessoas manifestam-se com regularidade na capital, Cartum, e noutras cidades, em protesto ao golpe de Estado liderado pelo chefe do Exército, general Abdel-Fattah al-Burhan.
A repressão aos protestos já matou pelo menos 87 pessoas desde 25 de Outubro.
O golpe encerrou um frágil acordo de partilha de poder entre civis e militares após o derrube do Presidente Omar al-Bashir pelos militares em 2019 e após sucessivos protestos de rua, que governou o país com mão de ferro cerca de 30 anos.