Chimoio - O antigo deputado e delegado provincial da Renamo em Manica, Sofrimento Matequenha, raptado no dia 13, foi encontrado morto numa mata do interior daquela província do centro de Moçambique, disseram hoje à Lusa fontes familiares.
O corpo do político foi descoberto por camponeses, abandonado, com sinais de tortura, e coberto de ramos de árvores numa mata de Pindanganga, uma aldeia do interior de Gondola (Manica), a cerca de 60 quilómetros ao nordeste do local do seu sequestro, disse à Lusa o filho da vítima.
"Após o rapto iniciámos com as buscas e recebemos informações de alguns camponeses, no sábado, dando conta de que tinha sido encontrado, na quinta-feira, um corpo abandonado, com os pés inchados e sinais de tortura, e cujas características físicas e o vestuário apontavam para o meu pai", explicou à Lusa o filho do político Almirante Matequenha.
Outra filha do antigo deputado foi depois enviada para o local com a fotografia do político, para confrontar as informações, tendo comprovado que era o corpo do antigo deputado, segundo Almirante Matequenha.
"Quando os camponeses encontraram o corpo procuraram por familiares e, por não encontrarem, enterraram o corpo num cemitério tradicional", acrescentou Almirante Matequenha, adiantando que a família luta agora para reaver o corpo e realizar um funeral condigno.
Lurdes Inácio, a esposa do político, disse hoje à Lusa que não esperava ver "uma pessoa que serviu o país sofrer tortura e ser enterrada de forma desumana", sem a presença de familiares.
A zona onde foi encontrado o corpo do político continua com uma forte presença das Forças de Defesa e Segurança e a família tem receios em se deslocar para o local sem uma escolta policial.
Sofrimento Matequenha, antigo deputado e delegado provincial da Renamo, principal força de oposição, foi raptado da sua residência no início da noite de 13 de Dezembro, de acordo com a denúncia feita pela família.
Um grupo armado, equipado com farda policial, invadiu a casa do político no bairro Nhamaonha, subúrbio de Chimoio, capital provincial de Manica, e levou-o numa viatura preta, com vidros fumados, relatou a esposa do político, na altura.
A Polícia da República de Moçambique remeteu um pronunciamento para segunda-feira.