Cartum - Confrontos tribais fizeram 25 mortos no Sudão nos últimos dias, anunciou hoje o Sindicato dos Médicos sudaneses, levantando receios de que a luta entre dois generais pelo poder no país, iniciada na capital, desencadeie mais violência em províncias distantes.
A violência tribal no sul eclodiu na segunda-feira entre as tribos Hausa e Nuba na cidade de Kosti, capital da província do Nilo Branco, que faz fronteira com o Sudão do Sul, segundo a imprensa local sudanesa.
Ainda não está claro se os confrontos tribais estão relacionados com os combates que eclodiram em meados de Abril na luta pelo poder entre o chefe das Forças Armadas, o general Abdel Fattah al-Burhan, e o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O conflito mais grave entre as forças dos dois generais, que eclodiu em 15 de Abril, já causou a morte a mais de 600 pessoas, incluindo civis, e deslocou centenas de milhares.
A violência estendeu-se entretanto a outras regiões, nomeadamente à província do Darfur, onde combatentes armados, lançaram ataques na cidade de Genena, matando pelo menos 100 pessoas, de acordo com a organização Sindicato dos Médicos Sudaneses.
A agência de migração da Organização das Nações Unidas (ONU) disse que a violência já obrigou 700.000 pessoas a deslocarem-se internamente e para fora do país, números atualizados na terça-feira que são mais do dobro da contagem de uma semana antes.