Genebra - A comunidade internacional prometeu hoje quase 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1,375 mil milhões de euros) para ajudar o Sudão, que está a mergulhar na destruição e na violência a um ritmo "sem precedentes".
"Esta crise vai exigir um apoio financeiro sustentado e espero que todos possamos manter o Sudão no topo da nossa agenda", afirmou Martin Griffiths, chefe humanitário da Organização das Nações Unidas (ONU), no final de uma conferência de doadores em Genebra (Suiça).
A conferência foi organizada a meio de um cessar-fogo de três dias no Sudão, que parece ter restaurado a calma na capital, Cartum.
Dos três mil milhões de dólares (cerca de 2,750 mil milhões de euros) de que a ONU necessita, apenas 17 por cento foram financiados até à data, enquanto 25 milhões de sudaneses - mais de metade da população - dependem de ajuda humanitária para sobreviver.
A Alemanha, que é co-anfitriã da conferência juntamente com a União Europeia, o Qatar, o Egipto e a Arábia Saudita, comprometeu-se a contribuir com 200 milhões de euros até 2024, metade dos quais são novas verbas que ainda não foram atribuídas, e o Qatar prometeu 50 milhões de dólares (45,8 milhões de euros).
A União Europeia prometeu a conceder 190 milhões de euros de ajuda humanitária e para o desenvolvimento.
O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, insistiu que o pagamento tem de ser feito rapidamente.
Em dois meses de conflito, mais de 2.000 pessoas morreram, segundo a organização não-governamental Acled, especializada em recolha de informação em zonas de conflito, e mais de 2,5 milhões foram obrigadas a fugir para outras zonas do Sudão ou para outros países.
No terreno, os ataques aéreos e os bombardeamentos de artilharia cessaram na manhã de domingo em Cartum, onde cinco milhões de pessoas sobrevivem sob um calor sufocante.
Os combates começaram há mais de dois meses, em 15 de abril, entre o exército, comandado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, dirigidas pelo general Mohamed Hamdane Daglo.