Adis Abeba - A comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko, reafirmou hoje (quinta-feira), no Dubai, ser fundamental a operacionalização dos fundos de perdas e danos, como forma de apoiar as comunidades mais vulneráveis do continente, principalmente dos pequenos Estados insulares.
Josefa Sacko, que falava no encontro consultivo com negociadores africanos que participam na COP28, considerou importante desenvolver um entendimento comum de África sobre as principais questões que ajudarão a tirar melhor partido das questões que afligem o continente neste segmento.
A diplomata afirmou que África não é responsável pelo aquecimento global, mas sofre o impacto de seus efeitos nefastos que perigam a sobrevivência humana.
Disse que o continente está a aquecer mais rapidamente do que o resto do mundo e, se não for interrompido, a mudança climática continuará a ter impactos adversos sobre a economia e a sociedade africanas.
Desta feita, exaltou a comunidade global a agir com urgência para reduzir as emissões, cumprir com as suas obrigações, honrar as promessas do passado e apoiar o continente no enfrentamento das mudanças climáticas.
Lembrou que a UA tem estado a trabalhar com o grupo de negociadores africanos com vista a operacionalizar o fundo de perdas e danos, da rede de Santiago, a adopção de uma estrutura para atingir a meta global de adaptação e estabelecer uma submeta sobre perdas e danos relacionado com a nova meta colectiva de financiamento climático.
Além disso, considerou que a posição de África em relação aos mercados de carbono deve ser muito clara, por o continente possuir a floresta tropical da Bacia do Congo e os serviços de ecossistema fornecidos pelas vastas savanas, florestas de Miombo, Turfeiras, Manguezais e recifes de coral.
“É assim que defendemos os compromissos como um processo justo e acelerado de redução gradual da energia a carvão não consumida e com a eliminação gradual dos subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis, ao mesmo tempo em que fornecemos apoio direccionado aos mais pobres e mais vulneráveis, de acordo com as circunstâncias nacionais, e reconhecemos a necessidade de apoio para uma transição justa”, assegurou a comissária. JM