Luanda - A 15 ª reunião dos dirigentes dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) constitui o principal destaque do noticiário africano da ANGOP da semana que hoje, sábado, finda.
O evento, que contou com a participação de mais de 60 chefes de Estado e de Governo e cerca de 20 dignitários de organizações internacionais, teve como foco a integração de novos membros.
Trata-se da Argentina, do Egipto, da Etiópia, do Irão, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, cuja adesão entrará em vigor, a 01 de Janeiro de 2024.
Criado em 2009, o grupo dos BRICS surge com o objectivo de tornar o bloco num contraponto à ordem dos países ocidentais, em geral, e dos Estados Unidos, em particular.
Outro destaque da semana foi a retomada da greve de fome do líder da oposição do Senegal, Ousmane Sonko.
Segundo o seu advogado, Ciré Clédor Ly, o estado de saúde de Sonko está a degradar-se a cada dia que passa.
"É um precedente perigoso chegar a extremos que podem custar a vida de um adversário político", advertiu Ly, citado pelo portal noticioso Senego.
O popular líder da oposição tem denunciado reiteradamente a "instrumentalização" da Justiça pelo Presidente senegalês, Macky Sall, para o impedir de concorrer às próximas eleições presidenciais, previstas para 2024.
Conhecido pelo seu discurso "anti-sistema", Sonko critica a má governação, a corrupção e o neo-colonialismo francês, e tem muitos seguidores entre a juventude senegalesa.
Ainda no período em análise, fez também eco a notícia sobre a suspensão do Níger das instituições da União Africana (UA) devido ao golpe de Estado.
Sobre o assunto, a UA manifestou contudo reservas quanto a uma eventual intervenção militar da Comunidade de Estados Económicos da África Ocidental (CEDEAO).
No final de uma reunião de chefes de Estado-Maior da CEDEAO em Accra, capital do Ghana, o comissário da organização regional para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança, Abdel-Fatau Musah, indicou que "o dia da intervenção" tinha sido fixado, assim como "os objectivos estratégicos, o equipamento necessário e o compromisso dos Estados-membros".
O Níger é o quinto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, nos últimos três anos, depois do Mali, da Guiné-Conakry e do Burkina Faso, que também tiveram golpes militares entre 2020 e 2022, além do Tchad, onde o actual Presidente sucedeu ao seu pai, morto em combate.
Foi também noticia de destaque a preocupação manifestada pela União Europeia (UE) em relação a "polarização política" na República Centro-Africana (RCA).
A UE diz-se preocupada com a "contínua polarização do contexto político" na RCA, indicando tomar nota dos resultados do referendo constitucional, com vitória do "sim" para alterar a Constituição e eliminar os limites ao mandato presidencial.
Numa mensagem em nome do alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, Peter Stano apela para "processos democráticos mais inclusivos e transparentes na RCA".
A posição surge depois de, na segunda-feira, o Tribunal Constitucional da RCA ter confirmado a vitória do "sim", com 95,3% dos votos, no referendo constitucional realizado, em 30 de Julho, que, entre outras reformas, eliminou a limitação de dois mandatos presidenciais, abrindo caminho para o Presidente cessante candidatar-se pela terceira vez. MOY/JM