Cartum - Um ataque de artilharia contra um mercado, atribuído a uma facção de um grupo armado denominado Movimento Popular de Libertação do Sudão-Norte (Splm-N), deixou cerca de 45 mortos, soube-se hoje em Cartum.
Segundo noticia a Prensa Latina, o atentado ocorreu no dia anterior contra um mercado na cidade de Kadugli, capital do estado de Kordofan do Sul.
Esta facção, liderada por Abdelaziz al Hilu, acusa o Exército de lançar um ataque contra áreas sob o seu controlo em torno de Dilling, a segunda cidade mais populosa do Kordofan do Sul.
A acção traz à tona uma nova entidade armada, em meio à guerra devastadora que o país africano vive desde Abril de 2023.
Por seu lado, o portal de notícias sudanês Sudan Tribune, inclui declarações do governador do Kordofan do Sul, Mohamed Ibrahim, que condenou o atentado e acusou o Splm-N de tentar desestabilizar a situação, acrescentando que o Exército expulsará a facção do território.
Segundo fontes, o Splm-N impôs um cerco à cidade de Kadugli, uma vez que controla a via que liga esta cidade à vizinha Dilling.
Entretanto, os meios de comunicação militares confirmaram que o chefe paramilitar do estado de Gezira, Abdullah Hussein, morreu esta segunda-feira num atentado bombista durante os combates pelo controlo da cidade de Al Kamelin.
Desde meados de Abril de 2023, esta nação africana está atolada numa guerra interna, depois de terem surgido contradições sobre questões de poder entre o chefe do Exército, Abdel Fatah al-Burhan, e o líder dos paramilitares da RSF, Mohamed Hamdan Daglo.
O conflito está a manter mais de 11 milhões de sudaneses fora das suas casas, naquela que os especialistas consideram a maior crise de deslocamento do planeta.
Os combates também destruíram inúmeros meios de subsistência, mergulhando o país numa complexa espiral de fome e morte. JM